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29/07/2010 - 08:51

A carona do setor automobilístico

Mesmo com a crise econômica mundial, o Brasil se manteve em destaque no mercado internacional. Em 2009, o setor automobilístico se tornou o quinto maior produtor de veículos de passeio no mundo com mais de 2,5 milhões de unidades fabricadas. A indústria automobilística é um dos termômetros da economia nacional. Guardada as proporções, o setor só tem paralelo em intensidade de investimento com a China atualmente.

Quando o governo reduziu o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para que o setor não sofresse os abalos da crise, a venda aumentou ainda mais. No mês de março deste ano, foram licenciados mais de 353 mil veículos. A expectativa para este ano é de 5,1 milhões de carros emplacados no País, um salto de 8,46% sobre 2009. Além de ser a paixão do brasileiro (o quarto maior consumidor de carros no mundo), essa produção gera empregos diretos e indiretos e é a grande cliente de diversas indústrias.

Uma delas é o de nãotecidos e tecido técnico. Assim como outros tipos de materiais sintéticos e plásticos, os nãotecidos e tecidos técnicos começaram a ser mais utilizados em veículos em função de uma mudança de postura, tanto do consumidor como da indústria, que vem ocorrendo ao longo dos anos. Os fabricantes passaram a usar nos veículos produtos que oferecessem maior desempenho e eficiência, além de melhor resposta ambiental, mais economia e segurança das pessoas. Na matéria-prima também, uma vez que o setor de nãotecidos é o maior reciclador de PET para produção de artefatos para indústria automobilística. Consome 21% do PET coletado no Brasil e só não o consome mais por falta de oferta deste material. Outras fibras utilizadas nesta indústria são as naturais, como de coco, carauá, sisal, algodão e juta. Assim, hoje, os nãotecidos são encontrados no isolamento térmico e acústico, na base de peças moldadas, acabamento de superfície, carpete do assoalho, filtros, revestimento de bagageiros, bancos, teto, entre outras aplicações para automóveis. O setor automobilístico corresponde por 7,4% da produção de nãotecidos. Enquanto nos tecidos técnicos, corresponde a 6,7%.

Com a forte demanda do setor automotivo e também de outros setores (como construção civil, calçados, fraldas e absorventes femininos, por exemplo), as perspectivas dos empresários do setor de nãotecidos e tecidos técnicos são otimistas, ainda que o crescimento seja maior que a sua infraestrutura. A indústria brasileira de nãotecidos e tecidos técnicos conta com cerca de 220 empresas, algumas as maiores do mundo no setor, e investe R$ 170 milhões em modernização e ampliação do parque produtivo. Representa um faturamento de mais de US$ 1,8 bilhão por ano, produção de 517 mil toneladas e responde pela geração de mais de 40 mil empregos diretos e dezenas de milhares indiretos.

Seus produtos são encontrados nas mais diversas aplicações. Garantem a proteção da produção agrícola em forma de mantas, por exemplo; estão nas roupas, toucas, aventais máscaras e outros utensílios usados na medicina para evitar contaminações; estão também nas soluções que trazem comodidade à vida moderna, como é o caso dos higiênicos e descartáveis (fraldas, lenços umedecidos e absorventes); fazem parte da estrutura das construções, como nas forrações de telhados, impermeabilizações, revestimentos acústicos, etc; protegem o ambiente, quando usadas na forma de mantas geossintéticas (barragens, isolamento de aterros sanitários, etc); entre várias outras aplicações.

Nos últimos cinco anos, a indústria de nãotecidos investiu mais de US$ 200 milhões em tecnologias de última geração, isso porque há espaço para o crescimento. No País, se consome hoje cerca de 1,08 kg/hab/ano, enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, o consumo é quatro vezes maior. Uma das oportunidades de mostrar às diversas indústrias os investimentos e inovações do setor de nãotecido e tecido técnico é a NT&TT Show, feira internacional que será realizada em outubro de 2011 em São Paulo.

O setor acredita que o Brasil e a indústria automobilística estão no caminho certo e que as indústrias de nãotecido e tecido técnico irão refletir todo esse crescimento. Outros pontos da economia como a necessidade de se manter uma taxa de juros que consiga controlar o consumo sem que isto resulte em retrocesso, a diminuição do custo de capital e do acesso mais amplo e fácil ao crédito são alicerces para um trabalho em prol de maior competitividade, tanto aqui como no exterior. Mas o País também precisa das reformas fiscal e trabalhista, da diminuição da burocracia na máquina governamental e de maior atenção na fiscalização quanto às importações. São essas ações que darão as condições para que os índices de investimentos que vinham se seguindo sejam mantidos pelo setor.

. Por: Laerte Guião Maroni, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Nãotecidos e Tecidos Técnicos e diretor comercial da empresa Ober S.A. Indústria e Comércio.

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