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29/07/2010 - 08:51

Responsabilidade socioambiental e competitividade

A desconcentração da renda promovida pelo Estado, por meio do aumento do salário mínimo ou da aplicação de recursos públicos em programas sociais como o Bolsa-Família, são indispensáveis para que o Brasil promova a erradicação da miséria. E isso está cada vez mais perto de acontecer: de acordo com o Comunicado nº 58 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o país poderá acabar com a miséria, ou pobreza extrema, até 2016, e reduzir, no mesmo período, a pobreza absoluta a 4%.

O relatório define como miséria, ou pobreza extrema, uma renda mensal per capita de até 25% do salário mínimo de referência. A pobreza absoluta é a renda per capita mensal de até meio salário mínimo de referência.

Além do papel essencial que cabe aos governos, há também uma crescente participação das empresas privadas nos processos de transformação social. Primeiramente, convém lembrar que elas cumprem uma missão da maior importância, que consiste em produzir e, por extensão, gerar riquezas, postos de trabalho e renda. Mas, além de desempenharem sua função mais básica, as empresas também estão cada vez mais atentas à importância de adotar políticas de sustentabilidade que contemplem o respeito ao meio ambiente e à inclusão social, atuando, sobretudo, junto às comunidades do entorno.

Hoje, quanto maior o porte de uma companhia, mais intenso tende a ser o seu comprometimento com a sustentabilidade. Isso ocorre, principalmente, porque o público consumidor de bens e serviços está mais exigente quanto ao papel social de seus fornecedores, e também, mais atento às boas práticas ambientais. As empresas que não se alinham a esse comportamento de referência perdem espaço no mercado, e tendem a ser cada vez menos atraentes para os potenciais investidores.

Ao mesmo tempo, dentro e fora do país, proliferam os chamados fundos verdes – uma variação de fundo de investimento que alguns bancos oferecem. Neles, as aplicações são feitas em ações de empresas que preenchem os critérios de sustentabilidade (não necessariamente isso: e detêm o chamado "selo verde” Melhor eliminar) . Ou seja: hoje, o valor de uma empresa não é medido apenas pelo lucro, mas também pela sua riqueza intangível, à qual as ações responsáveis são inerentes.

É aqui que surge a necessidade de as empresas comprovarem suas ações por meio dos chamados “balanços sustentáveis ”. Ou seja: não basta destinar recursos para boas práticas sociais e ambientais se isso não for comprovado de forma palpável, séria, confiável. Quem quer se firmar nesse novo mercado e atrair a atenção dos fundos verdes – que, por sinal, são os que mais crescem no mundo – não pode abrir mão de auditar os programas e realizar balanços precisos dos seus resultados.

Para quem investe, o respaldo trazido pelo Balanço Sustentável sinaliza que as chances daquela organização de controlar os seus riscos com relação aos seus stakeholders ou às questões relacionadas ao meio ambiente são maiores . Além disso, ser social e ambientalmente responsável é uma das exigências impostas hoje pelas instituições financeiras do exterior. Uma companhia que enfrenta uma porção de processos trabalhistas ou é suspeita de explorar mão-de-obra infantil ou poluir o meio ambiente sequer tem chances de obter qualquer tipo de benefício ou investimento .

Mas o investimento feito, por exemplo, na formação profissional dos jovens em situação de risco que residem nas comunidades próximas a uma fábrica, ou a implementação de mecanismos para o reuso da água e a redução de perdas de matéria-prima em processos de manufatura ou a qualificação de sua rede de fornecedores , podem se traduzir em ganhos institucionais e financeiros para as companhias. Dessa forma, ao atuar como agente transformador, a empresa assegura seu próprio futuro e se torna o elo firme de uma cadeia virtuosa.

. Por: Ieda Novais, diretora corporativa da BDO, quinta maior rede do mundo em auditoria, tributos e advisory services.

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