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20/06/2007 - 06:42

Abimaq se posiciona contra a negociação de redução de tarifas de produtos industriais

Para Newton de Mello, a contrapartida de redução de subsídios agrícolas colabora para o Brasil voltar a ser o país das monoculturas agrícolas do século passado.

O presidente em exercício da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, manifestou posição totalmente contrária a qualquer redução das tarifas aduaneiras brasileiras de produtos industriais. A opinião foi emitida hoje (19/06), quando o Brasil participa de negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio, em Potsdam, Alemanha.

Nessas negociações, os Estados Unidos e a União Européia pressionam os países emergentes pela aplicação do “coeficiente 25” da fórmula Suíça, de corte das tarifas aduaneiras de produtos industriais. A aplicação seria concedida em contrapartida a uma maior abertura e redução de subsídios dos setores agrícolas dos Estados Unidos e da Europa

O Brasil já exporta maciçamente todos os gêneros de commodities, mas vem sofrendo uma brutal concorrência de produtos importados, graças à alta valorização do real frente ao dólar, de acordo com Newton de Mello. “Diminuir mais a proteção alfandegária aos produtos industriais brasileiros seria, neste momento, medida desastrosa, que estimularia ainda mais o ingresso de produtos importados, acelerando o processo de desindustrialização em curso”, afirma.

Newton de Mello ressalta que a entidade está preocupada com os reflexos de eventual redução em todo o setor industrial e não apenas o de máquinas e equipamentos, também afetado por importações predatórias principalmente da China.

A aplicação de reduções de tarifas aduaneiras pela “fórmula Suíça 25” reduziria as alíquotas máximas para 14,58%, perfurando 301 itens que hoje desfrutam de proteções maiores, afirma o empresário. “Para citar um exemplo, a maioria das máquinas-ferramenta, caso de tornos, prensas, retificadoras e centros de usinagem, que hoje contam com tarifa de 14%, teria suas alíquotas reduzidas para 12,73%”, explica.

O empresário questiona a redução de tarifas, não vendo razões para sua aplicação, mesmo que fosse adotada a fórmula Suíça 30, que é mais branda do que a 25. “Em troca, o Brasil ganharia apenas a possibilidade de exportar mais soja e milho para os Estados Unidos e Europa, o que provocaria uma queda ainda mais acentuada do dólar”. A seu ver, seria mais um passo para a desindustrialização, “que precisa ser contida”, ao mesmo tempo que representaria um retrocesso para o Brasil. “Voltaríamos a ser o país das monoculturas agrícolas da primeira metade do século passado”, conclui o empresário.

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