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20/06/2007 - 06:56

A geração de empregos pela Veracel Celulose desde que instalou sua fábrica na Bahia, em 2005, é um dos principais temas do estudo De Portas Abertas

Tecnologia tornará mais eficiente os sistemas de osmose reversa, que são empregados pelas indústrias para obtenção de água ultrapura.

Dentro de um ano e meio, a indústria brasileira poderá contar com uma tecnologia de pré-tratamento de água que tornará mais eficiente os sistemas de osmose reversa, um processo de tratamento de água usado por empresas de diversos setores. Ela está sendo desenvolvida por um convênio entre a Universidade de São Paulo (USP), por meio da Escola Politécnica e do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), e pela empresa Perenne Equipamentos e Sistemas de Água Ltda. O projeto começou em 2003 com um investimento de R$ 1,35 milhão, dos quais R$ 750 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e R$ 600 mil da Perenne. Os protótipos dos equipamentos para o tratamento da água já estão prontos e agora se inicia a fase de testes e aperfeiçoamentos para produzi-los em escala industrial.

O projeto foi concebido no Departamento de Microbiologia do ICB e a parte de engenharia e planejamento dos equipamentos foi feita no Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (CIRRA), da Poli. A Perenne, por sua vez, construiu os equipamentos projetados pelo CIRRA. “Na verdade, vão ser testadas três tecnologias para pré-tratamento de água para sistema de osmose reversa”, diz o professor José Carlos Mierzwa, coordenador de Projetos do CIRRA. “Esse sistema é uma técnica de tratamento de água, largamente usada hoje por indústrias de vários setores, como de alimentação, farmacêutico e de cervejas. Ele também pode ser empregado para a dessalinização de água do mar.”

Água ultrapura – O sistema de osmose reversa é composto por uma membrana especial, pela qual a água é induzida a passar por meio de pressão. As impurezas, inclusive matéria orgânica, ficam retidas nessa membrana. O problema é que ela se torna um ótimo local para a proliferação de bactérias. “Com o tempo, esses microorganismo formam um filme biológico, uma espécie de gelatina que entope a membrana”, explica o biólogo René Schneider, do ICB. “Isso torna o sistema pouco eficiente. Nosso projeto tem o objetivo de fazer um pré-tratamento da água que vai passar pela osmose reversa, eliminando os microorganismos e a matéria orgânica da qual eles se alimentam.”

Cada uma das três tecnologias que vão ser testadas para fazer esse pré-tratamento usa um tipo de filtro diferente, todos feitos de polímeros (material plástico): espiral, camada de pedaços de plástico, e membrana em forma de lâmina. “Todos tem o mesmo objetivo: reter os microorganismos para que eles se multipliquem e consumam toda a matéria orgânica dispersa na água”, explica Mierzwa. “Assim, tanto as bactérias como sua comida serão retidas antes de chegarem à membrana da osmose reversa.”

Se tudo der certo, a tecnologia será repassada à Perenne, que irá produzir os equipamentos em escala industrial. “Esperamos atender a grande demanda que existe no mercado para esse tipo de produto”, diz o presidente da empresa, Nélson de Oliveira Guanais. Para o diretor do CIRRA, Ivanildo Hespanhol, este tipo de projeto realizado em parceria entre a universidade e as empresas é importante para o País. “A área de membranas é a tecnologia do futuro para o tratamento de água”, diz. “No Brasil ela ainda é incipiente. Muitas indústrias já a empregam, mas companhias de saneamento ainda não aderiram a ela.”

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