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22/06/2007 - 10:18

FotoRio 2007 e Espaço Cultural Mulher / CEDIM em "Arte e Vida no Chapéu Mangueira"

Da artista visual e fotógrafa Doralice Araújo, com a participação de mulheres do Galpão de Arte da Comunidade.

Exposição de segunda a sexta-feira, de 12 às 18h, até 20 de julho, no Espaço Cultural Mulher / CEDIM, Rua Camerino, 51 - Centro - Rio de Janeiro, Telefone- (21) 2299-2004

Sopro de Vida - Doralice pôs tudo junto: potes de barro, pedaços de tecido, colchas coloridas, bonecas de pano, fotos diversas, o barro molhado e grudento e a vela derramada sobre a tela. Trouxe para a sua exposição objetos produzidos pelas mulheres da comunidade do Chapéu Mangueira, no Leme, que pulsam, incontidos, na presença corpórea dos diferentes suportes. Tela e pano. Pedaços do mundo, pedaços de memória, pedaços de vida que se refazem numa releitura que harmoniza matéria e forma. O que foi e o que é. Pele sobre pele. A escritura das palavras bordadas, como código cifrado, capaz de trazer de volta um passado experimentado e esquecido.... Coisas tão díspares, assim associadas, só se explicam pelo mistério da criação.

Doralice reitera, mais uma vez, a relação estabelecida entre si e as mulheres do Chapéu Mangueira, entre a cultura popular e sua reinserção numa outra ordem, que toca nas questões sincréticas, híbridas e sócio-política da arte contemporânea.

E, não por acaso, traçamos aqui possíveis referências e conexões com a obra de outros artistas brasileiros que mergulharam, de modo diverso, no imbricado terreno da memória e no processo da própria vida. Com afeto, lembramos dos bordados minimalistas e delicados sobre voile de Leonilson, transbordantes de uma dimensão existencial; dos destroços, salvos do “naufrágio”, nos majestosos mantos de Arthur Bispo do Rosário; da dor exposta nos desenhos bordados de Rosana Palazyan, lugar onde valores éticos foram firmemente definidos e defendidos. A cada vez que isso acontecer, não temos dúvida, o mundo ficará um pouco melhor: a arte, como sopro de vida, desaguará num fluxo contínuo, ininterrupto e eterno. * Ângela Magalhães/Nadja Fonseca Peregrino Curadoras e pesquisadoras associadas

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