Grandes empresas de engenharia crescem 11,8% e faturam R$ 76 bilhões

Após o boom vivido pela engenharia brasileira no ano de 2008, quando o faturamento bruto das principais empresas do setor havia crescido 47% em relação ao ano anterior, os resultados de 2009 comprovam a extensão dos impactos da crise financeira e, ao mesmo tempo, a resiliência do setor no Brasil, que manteve crescimento acima dos dois dígitos: 11,79%. O levantamento é da revista O Empreiteiro, com revisão da Deloitte, e foi divulgado ontem à noite em cerimônia no clube Monte Líbano, em São Paulo.

Um total de R$ 76 bilhões foi o faturamento bruto somado das 100 maiores construtoras, 20 de montagem industrial, 40 projetistas e gerenciadoras, e 30 de serviços especiais engenharia – uma amostragem representativa das empresas mais competitivas de cada segmento.

Em um ano de incertezas, marcado pela retração dos investimentos privados, a aceleração de obras de infraestrutura por parte do governo federal e de governos estaduais em ano pré-eleitoral sustentaram bons resultados diante das circunstâncias.

20 Maiores BR – Geral:

Construtoras - As 100 construtoras com o maior faturamento de 2009 tiveram expansão de 15,3% em sua receita conjunta, chegando ao 5º ano consecutivo de crescimento e totalizando R$ 54,4 bilhões.

Pelo 14º ano consecutivo, a Odebrecht ficou com o título de maior do País, tanto na categoria de construtoras, como no índice geral. Mas a disputa pelo topo nunca esteve tão acirrada. A oposição entre os negócios internacionais da Odebrecht e o crescimento da Camargo Corrêa com o aquecimento do setor no Brasil foi a tônica do duelo, decidido no “fotochart”: a diferença entre os dois ficou em apenas 0,5% da receita bruta do vencedor.

Outro destaque da categoria foi a ascensão da Egesa, que ultrapassou 19 concorrentes e chegou no 14º lugar. Outras construtoras que melhoraram suas posições no ranking atuam no setor imobiliário: MRV Engenharia, Construtora Tenda e Tecnisa.

20 Maiores BR – Construtoras:

Montagem Industrial - Ao contrário do segmento de Construção, que se sustentou com os investimentos em infraestrutura, o de Montagem Industrial sentiu impacto maior da crise global. Embora a Petrobras tenha mantido a maior parte de seus projetos em andamento, diversos empreendimentos foram reprogramados no setor de siderurgia e mineração ao longo de 2009.

As 20 maiores empresas de Construção Mecânica e Elétrica registraram 5,5% de melhoria em sua receita bruta conjunta, totalizando R$ 9,82 bilhões. A UTC manteve a primeira colocação da categoria. As responsáveis pelas escaladas mais importantes no ranking foram GDK, Alusa e Contreras.

20 Maiores BR – Montagem:

Projeto e Consultoria - Após cinco anos de crescimento substancial, as 40 maiores empresas do segmento reduziram o ritmo em 2009, quando a receita avançou em 6,39% e alcançou R$ 6,6 bilhões. A Engevix manteve a liderança da categoria, enquanto outras 13 empresas tiveram aumento de receita bruta acima de 60%, destacando-se Projetec, TCRE, JDS Engenharia e Beck de Souza, que superaram em mais de 100% seu faturamento bruto.

Serviços Especiais de Engenharia - Ao longo do ano, o segmento que presta serviços para as outras categorias mencionadas acima foi o mais afetado pela crise. As 30 maiores empresas setoriais viram seu faturamento conjunto retrair 1% para R$ 5,8 bilhões.

As empresas que obtiveram maior variação de receita bruta foram: Preserva, 559%, Enotec, 126%; Reframax, 71% e Aliter, 65%.

O estudo - A pesquisa é realizada há 40 anos pela revista O Empreiteiro por meio de questionários enviados a mais de 2.500 empresas do País, e conta com a participação de entidades de classe nos estados. O faturamento bruto no ano de 2009, apurado em balanço contábil de janeiro a dezembro do exercício, serve de parâmetro de classificação nos quatro segmentos de atividades. Neste ano os dados que compõem o ranking foram revisados pela Deloitte Touche Thomatsu Auditores Independentes.