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18/08/2010 - 11:46

Foco na reciclagem pode fazer indústria da sucata de cobre movimentar US$ 1 bilhão

Na Europa, 40% do metal já vem da reutilização; produtores no Brasil devem exercer a responsabilidade ambiental solidária.

Uma indústria de US$ 1 bilhão. E de sucata. Aproximadamente 30% do material produzido com cobre é passível de reciclagem no Brasil. O consumo interno aparente do metal é de 450 mil toneladas, algo que, por si só, deveria fazer o setor ser tratado como um patrimônio nacional. Mas, na opinião de Marco Martins, presidente da Associação Brasileira de Cobre (ABC), isso está longe da realidade.

O setor do cobre no País, que fatura R$ 7 bilhões, está preocupado com o destino de uma matéria-prima valiosa para a sociedade: a sucata de cobre. O metal abrange hoje todas as etapas, desde mineração às mais variadas ligas e formas empregadas nos produtos de consumo, tais como: telefones, computadores, automóveis, fios e metais para construção civil.

A questão da reciclagem da sucata de cobre é essencial para o desenvolvimento sustentável do setor. “O sistema de coleta envolve indivíduos e cooperativas, impactando positivamente na renda de muitos trabalhadores”, explica Martins. A entidade propõe algumas medidas urgentes.

1) Normas ambientais específicas - A implementação de normas ambientais específicas e claras, responsabilizando os vários integrantes da cadeia de reciclagem, tanto no aspecto da disposição do material, quanto no seu processamento industrial, também é uma bandeira levantada. “Soma-se também a necessidade de se evitar oportunidades para sonegação fiscal, que é resultado do tratamento informal normalmente associado às sucatas e que, no fundo, prejudicam a própria sociedade brasileira”, diz Martins.

“Devido aos vários benefícios econômicos, sociais e ambientais, a sucata de cobre é, inegavelmente, uma riqueza da nação, e assim precisa ser considerada”, ressalta. Para a ABC e o Sindicel, entidades que representam a cadeia no País, é necessária a criação de diretrizes e normatizações legais, com procedimentos empresariais mais específicos para a sua recuperação, comercialização e fechamento do ciclo de utilização.

2) Combate à informalidade - Outra proposta é acabar com a ideia de que o maior preço obtido na venda da sucata confere maior resultado empresarial. “Esse tipo de postura propicia o crescimento de uma indústria informal que usa essas notas fiscais para “esquentar” materiais que inclusive podem ser originários de roubos”, alerta Martins. “Não à toa, deveria ser instituída a responsabilidade do vendedor em transferir sua sucata somente para empresas sabidamente idôneas que praticam preços de mercado”.

3) Responsabilidade do produtor - Algumas ações, segundo as entidades, são de natureza muito simples. A clara evidência legal de que o gerador da sucata seja co-responsável em desenvolver recicladores com gestão ambiental devidamente certificada é uma delas.

As entidades revelam, ainda, que o consumo de cobre está previsto em ser no mínimo de 1% a 2% acima do crescimento médio do PIB brasileiro nos próximos anos. “Na atualidade, o metal está ligado aos principais setores econômicos como eletrodomésticos, telecomunicações, transporte, energia e infraestrutura”, afirma Martins.

O desafio é efetivar ações empresariais visando ampliar o processo de reciclagem, assim como a quantidade de sucata processada nas fundições brasileiras. Paralelamente, orientar e valorizar o uso de procedimentos organizacionais que permitam a redução de sonegação e da informalidade no negócio da sucata de cobre.

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