Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

18/08/2010 - 14:21

Educação para o mercado de trabalho não pode prescindir de valores éticos


Toda vez que a economia brasileira cresce em ritmo mais acelerado, há uma reclamação comum às empresas: faltam profissionais preparados para preencher as vagas existentes. A formação oferecida pelo Ensino Médio e pela Universidade não contemplaria as necessidades do mercado de trabalho. Muitos defendem, então, que haja ênfase absoluta em conhecimentos e técnicas requeridos para o dia a dia do trabalho. Ou seja, que a formação acadêmica seja definida pelos ditames e demandas do mercado..

Não nos esqueçamos, contudo, que a qualidade profissional de qualquer trabalhador depende diretamente de suas qualidades como ser humano. Ninguém se torna um profissional sem antes se constituir como ser humano. Esse ser humano pode se caracterizar por honestidade e integridade, por exemplo, ou pela ausência dessas qualidades.

Qual é o empresário interessado em contratar um profissional mentiroso ou desonesto? Alguém já calculou quantos recursos financeiros já foram queimados por profissionais cujo caráter não era fundamentado em valores éticos? Pensemos nos prejuízos causados pelas variadas formas de corrupção, tanto em órgãos governamentais quanto no setor privado, pela venda de informações comerciais ou segredos industriais, e outras escolhas moralmente equivocadas... Tudo isso foi feito por profissionais altamente competentes em suas especialidades, muitos dos quais oriundos das melhores escolas!

Essa opção entre “capacitação técnica” e “formação humana e ética” é ilusória, porque não são excludentes. Ao contrário, são complementares, e uma exige a outra. Capacitação voltada somente a habilidades técnicas e conhecimentos científicos poderá solucionar a demanda por mão de obra em curto prazo, mas irá desencadear consequências negativas por muito tempo. Por outro lado, que sentido faria prover uma formação humana e ética desconectada das necessidades concretas da sociedade?

Logo, por mais difícil que pareça, temos que educar a criança, o adolescente, o jovem para ser um profissional, um eleitor, um contribuinte e um consumidor consciente. Em suma, para ser uma pessoa que trabalha, que exerce a cidadania, que se dedica à família, aos amigos e ao bem comumda sociedade.

Não podemos retroagir ao ambiente retratado, brilhantemente pelo genial Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos”. O ser humano não deve ser reduzido à “mão de obra”. Ninguém, exclusivamente, profissional. Somos pessoas com múltiplas dimensões e potencialidades, e a educação pode e deve nos ajudar a sermos melhores e plenos, em todos os sentidos.

. Por: Feizi Milani, conferencista e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira