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19/08/2010 - 09:21

Panorama Setorial com a análise da equipe econômica do Banco Schahin, com assinatura do economista Silvio Campos Neto

“Após um período mais positivo, os mercados enfim se renderam às evidências de perda de fôlego da recuperação da economia global, diante do acúmulo de indicadores apontando para a fragilidade da atividade em importantes regiões do mundo. Neste contexto, as bolsas devolveram parte das altas das últimas semanas, resultando nas quedas de 2,7% no Ibovespa e de 3,8% no S&P 500.

A abertura desta semana já traz mais uma informação neste mesmo sentido, com o fraco crescimento de 0,1% do PIB do Japão no 2º trimestre, bem abaixo do esperado (0,6%) e do observado no trimestre anterior (1,1%). Ou seja, é mais um dado que comprova a desaceleração nas economias desenvolvidas.

Nos EUA, a reunião do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve na última terça-feira também havia admitido esta piora do cenário econômico, o que levou a instituição a definir pela compra de Treasuries a fim de manter o tamanho dos estímulos monetários concedidos. A decisão era aguardada pelo mercado, mas o discurso apresentado pelo statement ampliou os temores em torno de uma nova onda recessiva no país, embora este ainda não seja visto como o mais provável.

Na Zona do Euro, o PIB até mostrou expansão acima da esperada no 2º trimestre, mas o bom desempenho foi localizado na Alemanha, que também depende muito do comportamento do resto do mundo pelo peso de seu setor exportador. Ou seja, diante da desaceleração global, será difícil para a principal economia da região manter o ritmo. Além disso, países como Espanha, Portugal e Grécia continuam apresentando pouco dinamismo, inclusive com contração de 1,5% do PIB neste último.

Já no Brasil, os dados mantêm a percepção de que a atividade deve voltar melhorar no 3º trimestre, após a acomodação recente, mas sem voltar a um ritmo excessivo. Os condicionantes da demanda permanecem do lado positivo, embora não devam ser suficientes para gerar crescimento acima da capacidade ao longo dos próximos trimestres. A inflação segue reduzida no curto prazo, com queda dos preços dos alimentos e comportamento mais tranqüilo nos demais grupos.

A semana se abre ainda sob a cautela deste panorama menos animador para a economia global, potencializada pelo dado fraco do Japão. Mas a semana ainda reserva importantes eventos e indicadores, capazes de atenuar – ou até mesmo ampliar – este sentimento. Nos EUA, os mercados estarão atentos aos dados do setor industrial e de construções residenciais, além dos balanços de importantes varejistas do país. Na Europa, destaque para o índice de sentimento econômico (ZEW) da Alemanha e vendas no varejo no Reino Unido. Por fim, a agenda brasileira é mais concentrada em índices de inflação (IPCA deve vir baixo, mas IGPs mais elevados) e na possível divulgação dos números de contratações formais em julho (Caged).

Nos mercados, prevalece o ambiente de incertezas e menor disposição para o risco, diante do aumento das preocupações com a economia real. Na Bovespa, a semana também é marcada pelo vencimento de opções (hoje) e do índice futuro (quarta), além da reação ao anúncio dos resultados trimestrais, fatores que ampliam a volatilidade. De todo modo, o momento não é propício para posições mais agressivas, com o cenário internacional deixando os investidores apreensivos.”

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