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20/08/2010 - 10:15

Valorização de moeda chinesa pode gerar oportunidades para indústria nacional

Fabricante de bolsas aproveita cenário favorável para se destacar no mercado.

Nos últimos meses, o yuan, a moeda chinesa, vem tendo constante valorização, atingindo seu valor mais alto em relação ao dólar desde a década de 1980. Isso ocorre devido a uma forte pressão dos Estados Unidos, que exigem que a China flexibilize sua moeda, alegando que o yuan vinha sendo mantido artificialmente abaixo do seu valor real, o que daria mais competitividade às exportações chinesas.

Empresas brasileiras que disputam mercados diretamente com os fabricantes chineses vêm com bons olhos a valorização do yuan. É o caso da paranaense Danka Bolsas, principal fornecedor nacional para o segmento OEM (Original Equipment Manufacturer) de mochilas, pastas, luvas e maletas para informática, que atua ainda na fabricação de produtos promocionais e para o setor ótico.

Segundo João Paulo Zanona, diretor comercial da Danka Bolsas, caso a valorização do yuan continue e venha a se tornar mais significativa, os preços dos produtos chineses aumentariam. “Neste caso, muitas empresas que normalmente importam seus produtos voltariam a pensar em comprar e produzir seus produtos no mercado nacional, por todas as vantagens logísticas em se ter um fornecedor nacional” afirma.

Zanona revela que os primeiros efeitos de uma moeda chinesa mais forte já estão sendo percebidos. “Detectamos que algumas empresas, as mais visionárias, já estão pensando em trazer sua produção de volta ao Brasil, pois previram a valorização do yuan e também uma maior valorização dos custos da mão-de-obra chinesa”, conta.

Em termos práticos, isso significaria muito para a economia brasileira. “Neste cenário, conseguiríamos mais clientes, geraríamos muito mais empregos e investiríamos mais na produção”, avalia Zanona. Isso acontece porque atualmente os produtos chineses são os principais concorrentes da Danka Bolsas, com preços que entram no Brasil entre 50% e 100% mais baratos. “Dentro do mercado de bolsas, a interferência dos produtos chineses é sentida praticamente em todos os segmentos, em especial nos de grande volume, como bolsas esportivas, escolares, para notebooks, malas de viagem, entre outros”, analisa.

O executivo considera a competição com os produtos chineses desleal. “As mercadorias chinesas são tão boas quanto as que fabricamos no Brasil, porém os fabricantes contam com uma cadeia de fornecedores muito mais qualificada, pois atendem os mercados europeus e norte-americanos, que são ainda mais exigentes que o nacional”, afirma. “Com a política econômica do yuan desvalorizado, a única vantagem dos fabricantes nacionais acaba sendo logística”, analisa Zanona.

Já em relação ao dólar, o real valorizado prejudica bastante por um lado, já que torna o produto importado ainda mais barato. “Quando o dólar estava por volta de R$ 2,50, no inicio de 2008, sentimos que muitas empresas voltaram sua produção para cá. Porém no final do ano ele voltou a baixar, esfriando esse movimento. Com um dólar nesse patamar, a nossa briga com os chineses fica um pouco menos injusta, pois as vantagens logísticas começavam a valer a pena. Próximo a R$ 1,75, como nos últimos dias, é mais difícil”, compara Zanona.

Por outro lado, boa parte dos insumos da Danka Bolsas é importado, e quanto mais baixo o dólar, mais barato eles ficam. “Alem disso, nossa capacidade de investimento aumenta, já que os maquinários também são, em sua maioria, importados. Na média, as desvantagens de um dólar baixo superam em muito as vantagens”, conclui.

Em 2010 a Danka Bolsas apresentou um crescimento no primeiro semestre de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, no que havia crescido 75%. Com isso, houve um crescimento de 10% no número de empregados com carteira assinada. Com as condições favoráveis, a empresa tem como meta triplicar de tamanho nos próximos anos.

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