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25/08/2010 - 08:37

Inclusão e acessibilidade em debate durante evento promovido pela escola de gente

Iniciativa mobilizará lideranças da juventude brasileira.

Durante três dias, 50 jovens de todas as regiões do país estarão reunidos no Rio de Janeiro para o I Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade. Uma realização da Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, com o apoio da Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o evento acontece entre os dias 31 e agosto e 02 de setembro, no Hotel Novo Mundo, e faz parte do Programa Juventude pela Inclusão (JUV.IN), criado pela Escola de Gente com o apoio da Fundação Avina.

Militantes e representantes de diferentes causas, os jovens, de 18 a 29 anos, participarão de uma ampla programação que inclui debates, oficinas e dinâmicas de grupo. Há jovens médicos, enfermeiros, biólogos, estudantes do ensino médio, professores, psicólogos, cientistas sociais, artistas, por exemplo, que se reunirão por mais de 48 horas para uma formação em direitos humanos e acessibilidade. Muitos desses jovens atuam diretamente em políticas públicas em conselhos municipais, estaduais e municipais em seus territórios. O Encontro acontece em um momento histórico importante: no último dia 7 de julho, foi aprovada no Senado a Proposta de Emenda Constitucional 42/2008, mais conhecida como PEC da Juventude, que insere o termo juventude no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal, mudança que aponta para o avanço das políticas públicas existentes, que passam ao patamar de política de Estado. Com a alteração, o capítulo VII do título VIII da Constituição, passará a se chamar “Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso”.

O objetivo principal do encontro é formar agentes de promoção da acessibilidade entre as lideranças da juventude brasileira. Do total de participantes, 20% possuem algum tipo de deficiência física, intelectual ou sensorial. O objetivo é que o grupo seja sensibilizado para adotar os conceitos de vídeo, livro, encontros, sites, fóruns e debates acessíveis – geralmente conhecidos apenas pelas lideranças com deficiência - na defesa dos direitos humanos de qualquer causa: gênero, raça ou etnia, indígenas, orientação homossexual, defesa do consumidor no atendimento a pacientes em hospitais públicos, escolas e universidade, por exemplo. A Escola de Gente acredita que desse intercâmbio de causas surgirá um novo modo de se conceber e executar políticas públicas, sem “competição” entre as causas.

Para que a juventude tenha acesso ao conceito de acessibilidade para além do significado restrito pelo qual a palavra é hoje conhecida – relacionada exclusivamente a aspectos físicos e arquitetônicos - e a tudo que permeia o processo de efetiva inclusão, o Encontro abordará os diversos tipos de acessibilidade, com depoimentos e histórias de vida e vai tratar, ainda, dos aspectos legais que sustentam cada discussão: tratados internacionais que no Brasil tem valor constitucional, como a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU. Todos esses documentos legitimam a acessibilidade como um direito. A programação abordará também a questão da educação inclusiva, os desafios das pessoas com deficiência na relação com a comunicação e cultura e a dimensão da acessibilidade nas cidades e territórios, principalmente com o foco da acessibilidade sem barreiras ambientais físicas, nas residências, nos edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos, nos meios de transporte individual ou coletivo.

A programação contará, ainda, com a apresentação do grupo Os inclusos e os Sisos – Teatro de Mobilização pela Diversidade, um projeto de arte e transformação social da Escola de Gente formado em 2003. O grupo encontra no humor o principal ingrediente de suas apresentações. Em cena, esquetes que abordam a dificuldade de lidarmos com qualquer diferença no dia a dia, especialmente pessoas com deficiência.

Para a Superintendente Geral da Escola de Gente, Claudia Werneck, o Encontro é mais uma estratégia desenvolvida pela organização, por meio de seu Programa de Juventude pela Inclusão, para formar jovens brasileiros sensibilizados, com reflexão e conteúdo, para o exercício de uma sociedade inclusiva, aquela, que, segundo Claudia, não categoriza e hierarquiza condições humanas, atribuindo diferentes valores a cada pessoa, em função de seus modos de andar, pensar, vestir, relacionar-se sexualmente, ouvir ou não ouvir, por exemplo: “Não há sustentabilidade, sob qualquer ponto de vista, sem a prática da acessibilidade. Essa é uma das idéias que desejamos disseminar durante o Encontro. A acessibilidade deve ser percebida como condição indispensável para a garantia dos Direitos Humanos de todos os humanos”, explica Claudia . “Sem acessibilidade, não há o exercício do direito à comunicação e, consequentemente, não há liberdade de expressão e intercâmbio de saberes”, completa, destacando que as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência vão muito além das arquitetônicas. Segundo Claudia Werneck, é durante os processos de comunicação que acontecem importantes atos discriminatórios, difíceis de serem percebidos como tal. “Quando não damos a uma pessoa com deficiência auditiva, visual ou a alguém analfabeto acesso à plena comunicação, estamos impedindo que tenham acesso à informação, ao conhecimento, ao mundo”, afirma.

O I Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade marcará também o lançamento, no Rio de Janeiro, do Manual da Mídia Legal 6 – Comunicadores(as) pelas Políticas de Juventude. O volume completa uma coleção lançada pela Escola de Gente em 2003 e que tem como principal objetivo não só qualificar a mídia e profissionais de comunicação, como contribuir com qualquer grupo interessado em aprender mais sobre inclusão, direitos humanos e deficiência. A publicação reúne análise de mídia, legislação, reprodução de documentos acerca da construção dos marcos legais sobre Juventude e artigos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, tudo relacionado à análise de dez matérias publicadas na mídia brasileira.

Fórum Virtual - Como um dos principais objetivos do Encontro é criar e ampliar espaços para discussões em torno dos temas inclusão e acessibilidade, a iniciativa irá gerar um fórum virtual no site acessível da Escola de Gente (www.escoladegente.org.br). A ideia é que sejam sistematizadas 30 perguntas sobre acessibilidade com as devidas respostas dadas por especialistas. A expectativa da Escola de Gente é que esse fórum virtual, que poderá ser acessado por qualquer pessoa interessada pelo tema, beneficie diretamente 100 pessoas e cerca de 400 indiretamente.

Escola de Gente - Fundada em abril de 2002, a Escola de Gente – Comunicação em Inclusão é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que trabalha a favor da inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade na sociedade, especialmente crianças, adolescentes e jovens com deficiência. Através de ações de Comunicação, Cultura e Educação, a Escola de Gente tem como objetivo democratizar o conceito e a prática da sociedade inclusiva. A organização incide em políticas públicas e integra o Conselho Nacional de Juventude, o Conselho Estadual de Juventude e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entre outras redes.

.[I Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade, abertura: 31/08, às 17h | Encontro: 01/09 e 02/09, das 9h às 19h, no Hotel Novo Mundo – Praia do Flamengo 20 – Flamengo – Rio de Janeiro | Informações:(21) 2483-1780].

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