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25/08/2010 - 09:21

Historiadora discute o papel da oratória sagrada na construção da identidade brasileira

A importância dos pregadores imperiais como formadores da intelectualidade brasileira, no início do século XIX, é investigada por Maria Renata da Cruz Duran em Ecos do púlpito – Oratória sagrada no tempo de D. João VI. Para isso, reúne as características de oradores sacros em sua atividade comum: a sermonística, ou arte de redigir ou pregar sermões, que é o objeto de estudo desde lançamento da Editora Unesp.

Cruz Duran procura verificar a importância desse ato como elemento significativo na prática articuladora de ideias e, mais especificamente, de um tema – a pátria. Assim, junto a um fervor religioso, forma-se também um sentido de identidade nacional, que vem originar a construção de um discurso brasileiro.

Esta obra demonstra o papel fundamental da oratória sagrada no Brasil oitocentista, num tempo em que o analfabetismo era imenso, e a palavra falada, o principal assunto das discussões locais. Na época da chegada da Corte no Brasil, em 1808, o sistema administrativo ainda estava em formação, e as igrejas eram um dos poucos espaços que reuniam a população. Os sermões eram pregados, aos domingos, na Capela Real.

Ecos do púlpito salienta o trabalho dos diversos pregadores da época, como os freis Francisco de São Carlos, Sampaio, Sousa Caldas, Januário da Cunha Barboza, e dá destaque a Francisco do Monte Alverne, representante fundamental no processo de construção da identidade nacional. Sendo poucos os estudos dedicados até hoje ao púlpito e a essa sua figura simbólica, a obra ganha importância por ser fruto de uma árdua e detalhada pesquisa que faz, além do estudo de caso de Alverne, um esclarecimento dessa época da cultura brasileira, considerada um período de formação.

Após descrever o cenário e os personagens, a autora faz a análise do conteúdo dos sermões de Monte Alverne, dando atenção especial ao papel que os conceitos vinculados pelo frei tiveram na construção de uma ideia de Brasil e de povo brasileiro. Trata-se de um estudo da história da cultura que procura detectar o lugar em que a sociedade brasileira das três décadas iniciais dos Oitocentos concedeu à sermonística e aos sermonistas.

Sobre a autora – Maria Renata da Cruz Duran é graduada em História pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita” (Unesp), câmpus de Franca. Em 2005, concluiu a redação de “Frei Francisco do Monte Alverne e a sermonística no Rio de Janeiro de D. João VI”, trabalho premiado no concurso Monografias em 2007 pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal. Atualmente, concluiu seu doutorado sobre retórica e eloquência no Rio de Janeiro oitocentista.

. [ 206 Páginas| Formato: 14 x 21 cm | ISBN: 978-85-393-0008-2 | Preço: R$ 30,00.Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo telefone (11) 3107-2623 ou pelos sites: www.editoraunesp.com.br ].

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