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26/08/2010 - 09:39

Impostos, consumo e cidadania

Instituto Millenium amplia debate sobre alta carga tributária e necessidade na transparência dos impostos.

Um país que arrecada cerca de 320 bilhões anuais através de impostos, que equivalem a 35% do PIB, deve ter transparência em sua tributação. A fim de aumentar este debate na sociedade o Instituto Millenium promoveu no dia 24 [terça-feira], seu V colóquio: “Impostos, Consumo e Cidadania”. Hoje, 89% da população brasileira tem consciência de que paga impostos, no entanto, não tem a menor ideia do quanto paga de tributos. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as pessoas que recebem até dois salários mínimos gastam a metade (aproximadamente 54%) do seu salário somente para pagar impostos embutidos.

Dividido em dois painéis, o evento teve um debate caloroso entre os participantes Raul Velloso (economista), Alberto Carlos Almeida (cientista político), Guilherme Fiúza (jornalista e escritor ), Jorge Maranhão (publicitário), Luiz Felipe D´Ávila (presidente do Centro de Liderança Pública) e Fernando Bertuol (presidente da Associação de Classe Média).

Ao iniciar o colóquio, o Diretor Executivo do Instituto Millenium, Paulo Uebel, que também foi mediador, lembrou que o debate sobre a carga tributária tem ficado erroneamente nas mãos dos empresários. “Esse assunto tem que ecoar na base da pirâmide, onde estão os mais prejudicados pela alta carga tributária do país”, disse.

Luiz Felipe D´Ávila acredita que a pressão por uma carga tributária mais baixa deve vir da sociedade. Ele defendeu que as grandes mudanças na história não foram originadas na política e lembrou movimentos como Diretas Já e os Caras Pintadas. Para D´Ávila, é um erro buscar a Reforma Tributária através de uma via formal. “Precisamos amadurecer esta ideia no seio da sociedade”, defendeu. Ele relacionou ainda a queda nos impostos com o aumento do consumo. “Com a liberdade de compra você ajuda o país a crescer”.

Paulo Uebel lembrou que há uma inversão de valores à medida quando um governo ou candidato promete dar algo para a população. “Ele não vai dar, ele vai devolver o que as pessoas pagaram através dos impostos. É uma obrigação”, disse.

O economista Raul Velloso foi enfático: “tem que acabar essa história de Reforma Tributária, pois contraria muitos interesses. Temos que mudar a terminologia para redução de impostos”, disse. A relação entre burocracia e a máquina pública com os impostos também foi um ponto destacado por Velloso. “O orçamento da União em 2005 pagava 40 milhões de contra-cheques e em 2009, 50 milhões. Essas contas devem se manter por cerca de 70 anos se levarmos em conta as aposentadorias, as eventuais pensões e o aumento da longevidade brasileira. Essas despesas dominam o orçamento público”.

Autor do livro “O dedo na ferida – menos imposto, mais consumo”, o Alberto Carlos Almeida sugeriu usar as redes sociais para mobilizar as pessoas. “A população não está disposta a desembolsar mais do seu orçamento para pagar impostos.

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