Especialista comenta economia japonesa

Para especialista, governo japonês esforça-se para manter dinamismo econômico.

“O primeiro-ministro Naoto Kan, por diversas vezes, defendeu que era necessário melhorar a saúde fiscal do Japão, e que para isso poderia elevar o imposto de consumo no Japão para 5%. No entanto, apenas três meses após assumir o cargo, o primeiro-ministro anunciou que prepara um pacote de estimulo à economia. Percebe-se que a realidade é mais forte que os ideais, ou seja, ainda que o controle da dívida pública japonesa seja importante, pois está acima dos 200% do PIB, a necessidade de se dar fôlego a recuperação econômica se mostrou mais urgente. As medidas visam tentar contornar os impactos negativos que, por exemplo, podem ter a valorização do iene sobre a economia japonesa. Desde a quebra do Lehman Brothers em setembro de 2008, o iene se valorizou mais de 20% em relação ao dólar, e como consequência as exportações japonesas em 2009 tiveram uma queda de 25,2% em relação a 2008. No primeiro semestre de 2010 houve uma recuperação, com aumento de 43,6% em relação ao mesmo período de 2009, no entanto, o valor deste ano (US$ 361,97 bilhões) ainda está abaixo das exportações de 2008, quando no primeiro semestre as exportações (US$ 398,95 bilhões) foram de 9,2% maiores. Esses resultados associados à desaceleração do crescimento da economia japonesa acenderam a luz de alerta no gabinete do primeiro-ministro, daí justifica-se o anúncio do novo pacote” , afirma Alexandre Uehara, coordenador do Curso de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco.