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Museu Vale do Rio Doce apresenta CAMIRI, de Nelson Felix

De 26 de outubro a 11 de fevereiro de 2007, de terça a domingo, das 10h às 18h sexta, das 12h às 20h, na Antiga Estação Pedro Nolasco, s/n – Argolas Vila Velha - ES - Brasil Telefone: 55 27 3246-1443

Esculturas de ferro e mármore que compõem uma única obra com mais de 30 toneladas irão tomar o espaço do Museu Vale do Rio Doce, em Vila Velha (ES), “ferindo” as paredes e forçando os limites da sala. É CAMIRI, exposição de Nelson Felix, que neste novo trabalho traz de volta a questão da eclíptica, o alinhamento do eixo do sol em relação à terra, que se dá numa angulação de 23 graus, simbolizando o ponto perfeito, o lugar ideal.

CAMIRI, entretanto, é bem mais do que uma grande obra “alinhada à perfeição”: é o resultado concreto, material, das esculturas com uma ação simbólica do escultor, que partiu do museu em busca do ponto perfeito, a 23 graus, e chegou a CAMIRI, na Bolívia, de onde fez uma foto olhando para o local da exposição; de volta ao museu, fez outra, olhando para CAMIRI. Nelson afirma que este deslocamento, que leva a obra para fora, para além das limitações físicas do espaço, é a grande força da mostra.

– A obra não é só a escultura que ocupa o espaço. É mais! É como alguém que você vê pela primeira vez e sabe que não é só aquilo, sabe que carrega sentimentos, afetos, características próprias e particulares – diz o artista.

CAMIRI é uma realização da Fundação Vale do Rio Doce, com o patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce e produção de Suzy Muniz Produções. Paralelamente à abertura da exposição, será lançado um livro, com texto do crítico Ronaldo Brito e uma longa entrevista com Nuno Faria, Curador de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, que veio ao Brasil especialmente para a realização do trabalho, permanecendo alguns dias no atelier de Nelson Felix, em Friburgo (RJ).

A Mostra - A obra que dá nome à exposição é composta de 40 vigas de ferro e três peças de mármore de Carrara: dois cubos vazados, esculpidos pelo artista em seu atelier, e um anel com 2,30m de diâmetro, feito a partir de um único bloco de mármore, em Verona. Nas esculturas Nelson utiliza o mármore inteiro, sem emendas, e dele retira o que não quer.

Cubos para Camiri /Atelier Nelson Felix - As vigas irão cortar o espaço do museu: nas duas primeiras salas, estarão em paralelas, parede a parede; na última, terão uma inclinação de 23 graus, e em diagonal irão se sucedendo até o final. Dois cubos de mármore vazados estarão suspensos e apoiados nas vigas da primeira sala; na outra, um mar de vigas e o anel de mármore. As esculturas produzirão ranhuras nas paredes, no espaço físico do museu, forçando a situação, mostrando uma certa premência. Além dessa obra, que ocupará todo o galpão de exposições, uma série de 22 desenhos (esferográfica, prata e lacre sobre gravura em metal) feitos sobre o projeto, será exibida no segundo andar da sede administrativa do MVRD.

CAMIRI dá seqüência a trabalhos iniciados em 1988, como Grafite (MASP), onde uma das peças está alinhada pelo “eixo do sol”, ficando “torta” no espaço; e a Série Árabe (2001) - Cavalariças do Parque Lage, que se refere a uma outra torção no espaço, onde as esculturas, deslocadas em 23 graus, o ignoravam, não mais cabiam nele, furando paredes ou torcendo a si mesmas. – Agora no MVRD, as esculturas são deslocadas 23 graus na arquitetura e eu me desloco 23 graus no Globo, encontrando um lugar específico chamado CAMIRI – diz Nelson Felix.

Na opinião do crítico Ronaldo Brito, “a exposição é uma ação escultural que se desdobra, se propaga no deslocamento físico de Nelson até CAMIRI”. O deslocamento do artista é parte da forma da exposição, afirma Ronaldo, ao ressaltar que a mostra situa-se entre uma presença material e uma ação invisível do artista.

O Artista Nelson Felix - Sua última exposição foi “Trilogias”, (2005, Paço Imperial, Rio de Janeiro, e Museu de Arte de São Paulo), considerada pela crítica como uma das dez melhores do ano, documentada no livro “Trilogias – conversas entre Nelson Felix e Glória Ferreira” editado pela Pinakotheke. A “Série Árabe” - Cavalariças, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, em 2001; e “Grafite”, escultura apresentada em exposição no Museu de Arte de São Paulo, 1998, são marcos na carreira do artista, assim como “Grande Budha” (1985/2000) – árvore e garras de latão no Acre, “Mesa” (1997/1999) – extensa chapa de ferro e 22 árvores, em Uruguaiana, e os dois trabalhos do Vazio Coração, que imprimiram fortes tendências simbólicas à arte contemporânea.

Nelson Felix, carioca, formou-se em arquitetura em 1977 e iniciou estudos com Lygia Pape e Ivan Serpa no início da década de 70. Sua primeira exposição ocorreu na galeria Jean Boghici em 1980, no Rio de Janeiro. O artista foi residente da Curtin University, em Perth, e na Karratha College, em Karratha, na Austrália. A Cosac & Naif publicou em 1998 o livro “Nelson Felix”, com texto de Rodrigo Naves.

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