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02/09/2010 - 10:25

Exportações brasileiras de couros têm perdas de US$ 200 milhões com apagão logístico dos portos


Armadores vêm cancelando navios devido às precárias condições dos principais portos brasileiros, acarretando prejuízo equivalente a 10% dos embarques de couro.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil – CICB denuncia a ocorrência cada vez mais frequente de cancelamentos de navios destinados aos principais portos brasileiros, causando enormes prejuízos às exportações de couro, alerta Wolfgang Goerlich, o presidente da entidade, que representa, há 53 anos, as 800 empresas de produção e processamento de couro.

“Os armadores responsabilizam as condições precárias e a superlotação dos nossos portos pelo problema, apontando os altos custos e a demora nos portos que, muitas vezes, não oferecem mínimas condições para atender os navios nos prazos previstos, razão principal dos desvios das embarcações e os cancelamentos”, alerta o executivo. Goerlich explica que as empresas de processamento e produção de couro associadas ao CICB vêm sofrendo prejuízos com esta situação, que é muito grave nos portos do Nordeste, com destaque para Salvador/BA, mas, também, em Santos/SP, Paranaguá/PR e Rio Grande/RS.

“Os cancelamentos chegam a 20% das já escassas escalas e os prejuízos por falta de embarque nas datas estabelecidas nos contratos provocam prejuízos diretos estimados entre US$ 150 e 200 milhões, além das perdas de confiabilidade perante os nossos clientes no exterior”, salienta o presidente do CICB.

A indústria curtidora brasileira, responsável por cinquenta mil empregos diretos, depende da exportação para escoar mais de 50% da sua produção e, apesar de todas as dificuldades, contribuiu significativos 11% para a balança comercial brasileira nos primeiros sete meses de 2010.

“A nossa indústria mobilizou todos os recursos possíveis e desenvolve os maiores esforços para recuperar e aumentar as nossas exportações depois da crise de 2008/09, e, apesar da taxa de câmbio desfavorável e do alto ‘Custo Brasil’, tem alcançado resultados extraordinários”, explica o executivo.

Em sua opinião, constatar agora que grande parte do trabalho foi perdida pelas deficiências na hora do embarque causa profunda decepção. Wolfgang Goerlich destaca que, caso o País dispusesse de uma infraestrutura adequada, aliada a uma estrutura portuária moderna, “ao invés de exportarmos US$ 1,7 bilhão (previsão para 2010), poderíamos atingir US$ 1,9 bilhão, além de cobrarmos rigorosamente os serviços contratados dos armadores”.

Diante da gravidade da caótica situação portuária, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) encaminhou documento a todas as esferas governamentais para alertar sobre o problema, pedindo soluções urgentes, antes que o a indústria brasileira do couro e demais segmentos exportadores sofram mais prejuízos e percam a credibilidade no acirrado mercado internacional.

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