Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

03/09/2010 - 05:52

O nó da infraestrutura

O grande problema crucial do Brasil de hoje chama-se infraestrutura. A urgência na execução desses projetos, e eles existem às centenas, é sentido diariamente nos espaços públicos e privados. Saneamento, aeroportos, portos, transporte público, vias públicas, segurança, saúde e educação são destaques.

Além disso, os nossos problemas sociais continuam graves.

A China aplicou bilhões de dólares em aeroportos e hoje tem um vertiginoso comércio que dá vazão aos seus produtos.

O Brasil de hoje tem 193 milhões de pessoas, cresce mais de 1 milhão por ano, sendo que a maioria vive nas cidades. Será que estamos preparados para enfrentar esse aumento no abastecimento de água, no aumento do emprego, na segurança? Só na Capital de São Paulo, nos últimos 50 anos a população aumentou de 3,8 milhões de pessoas para 11 milhões. Por isso o travamento do trânsito (as ruas são quase as mesmas), o tratamento das doenças é precário, a segurança idem. As favelas aumentaram.

Os aeroportos do Brasil estão sobrecarregados, principalmente nas grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, os três aeroportos são responsáveis por 32% dos passageiros do Brasil, e segundo o governador do Estado, mesmo com as ampliações previstas, não são suficientes para atender a demanda que sobe mais de 4 milhões de passageiros por ano. Se hoje temos filas e atrasos, imagine daqui a alguns anos. Estamos tremendamente atrasados na solução.

Estamos falando em construção e reformas de estádios de futebol para 2014. Há anos um dos maiores campeonatos de futebol do mundo, o do Brasil, com centenas de jogos, é realizado em nossos estádios, que atendem a demanda. Agora vem a Fifa e exige mudanças e investimentos de bilhões de reais para adaptar os nossos estádios para usá-los por um mês. Ora, esses recursos bilionários deveriam ser aplicados em infraestrutura, em benefício do povo, urgentemente.

Estamos cansados de ver países como a Grécia, que se endividou para construir estádios, que pós Olimpíada ou Copa, ficaram ociosos, e que hoje não sabem como pagar as dívidas, e se sabem, lamentam não ter aplicado em infraestrutura, que são mais úteis e necessárias.

Os portos das grandes cidades do Brasil estão na mesma situação. Foi só o Brasil começar a crescer e as filas de navios aguardando para ancorar nos portos aumentaram, com dias e semanas de espera, encarecendo os produtos.

O país tem gargalos que necessitam de R$ 43 bi, segundo o IPEA, para saná-los. Acessos por rodovias e ferrovias precisam ser construídos ou duplicados. Os portos estão defasados para receber navios de grande porte. A safra do Centro-Oeste do país só escoa pelos portos de Santos e Paranaguá, encarecendo os fretes. Para se ter idéia de como estamos defasados vejam esses números de movimentos de carga em milhões de toneladas: Porto de Xangai (China) 582, Ningbo (China) 512, Guangzhou (China) 356, e Porto de Santos 81.

Resumindo, é urgente que o novo presidente adote como prioridade a execução da ampliação da infraestrutura nacional. O desenvolvimento tem que ser alicerçado em bases sólidas e não só em projetos. Esses já os temos às centenas, como dissemos. É preciso executá-los, sob pena de estagnarmos o País nos próximos anos.

. Por: Milton Bigucci, presidente da construtora MBigucci, presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, Membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP, Diretor do Departamento de Construção Civil da FIESP, autor dos livros “Caminhos para o Desenvolvimento”, “Somos Todos Responsáveis – Crônicas de um Brasil Carente” e “Construindo uma Sociedade mais Justa”, e membro da Academia de Letras da Grande São Paulo, cadeira nº 5, cujo patrono é Lima Barreto.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira