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10/09/2010 - 08:15

Nefrologistas comemoram 30 anos da Diálise Peritoneal no Brasil

A terapia, realizada em domicílio, facilitou o tratamento da doença.

São Paulo – Nefrologistas de todas as regiões do país comemorarão os 30 anos da Diálise Peritoneal no Brasil no próximo dia 13 de setembro, em Vitória (ES), durante o Congresso Nacional de Nefrologia. A terapia, feita em casa, é uma alternativa que proporciona grandes benefícios e liberdade ao paciente durante o tratamento da doença renal crônica - problema que atinge mais de 13 milhões de brasileiros.

A diálise peritoneal domiciliar é integralmente custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Diferentemente da hemodiálise, tipo de terapia que exige o deslocamento do paciente até três vezes por semana para fazer o tratamento na clínica, na diálise peritoneal o paciente é treinado e faz o procedimento em casa. Dessa forma, a pessoa fica livre para realizar suas atividades diárias normalmente.

No Brasil, cerca de 77 mil pacientes dependem de diálise para sobreviver e, embora a diálise peritoneal proporcione mais benefícios ao paciente renal crônico, apenas 10% deles são tratados com essa terapia. Em outros países da América Latina, esse número pode chegar a 80%, como no México, e 46%, na Colômbia.

Para o presidente da Fundação Pró-Renal Brasil e Professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Dr. Miguel C. Riella, pioneiro na introdução do método no Brasil, fatores relevantes, como o diagnóstico tardio, a falta de estrutura nas clínicas para treinamento dos pacientes, reembolso insuficiente dos custos de diálise e falta de educação e treinamento dos jovens nefrologistas leva ao desconhecimento por parte dos profissionais de saúde, inviabilizando a adesão dos pacientes renais à diálise peritoneal no país.

A diálise domiciliar nem sequer é oferecida aos pacientes, embora seja tão eficaz quanto a hemodiálise e proporcione maior independência e melhor qualidade de vida ao paciente. “Quando a diálise peritoneal não faz parte da grade curricular das escolas medicas e nem mesmo de programas de residência, a terapia não chega a ser ofertada”, explica Riella.

A terapia também é considerada uma alternativa, em curto prazo, para aumentar o número de vagas nas clínicas de diálise e ampliar o acesso ao tratamento da doença renal crônica. Atualmente, a falta de vagas para hemodiálise faz com que aproximadamente 6 mil pacientes renais não sejam tratados por clínicas e hospitais do país, a cada ano, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Com esse problema, muitas vezes, os pacientes são tratados de forma inadequada nas emergências dos hospitais ou sequer conseguem tratamento.

“Não restam duvidas de que a diálise peritoneal domiciliar é uma alternativa atraente particularmente para as crianças e idosos, humanizando o tratamento e melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, afirma o especialista.

História da Diálise Peritoneal - A história da diálise peritoneal começou em 1922 com um estudo que demonstrou que o peritôneo poderia ser usado como uma membrana dialisadora (capaz de limpar o sangue). Em 1978, a diálise peritoneal foi reconhecida efetivamente como um tipo de terapia para a insuficiência renal nos Estados Unidos. O conceito de diálise peritoneal foi trazido para o Brasil em 1980, pelo nefrologista Dr. Miguel C. Riella, e beneficia especialmente as crianças e pessoas com dificuldades de locomoção ou que vivem distante das clínicas de hemodiálise.

Doença renal crônica - Segundo a SBN – Sociedade Brasileira de Nefrologia, 1 em cada 11 brasileiros apresenta algum grau de doença renal. Porém, 90% dos pacientes não sabem que estão doentes porque os sintomas só aparecem quando o rim já perdeu 70% da função. Embora não solicitado com frequência pelos médicos, o exame que detecta a doença é simples e oferecido pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Por meio da medição de creatinina no sangue presente do paciente é possível realizar o diagnóstico precoce. Nos últimos oito anos, os casos de pacientes que precisam de diálise no país aumentaram 84%.

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