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11/09/2010 - 08:27

ESS bate recorde em agosto e deve continuar crescendo em setembro

Aumento imprevisível de custos preocupa consumidores: além de pagar pela segurança energética nos contratos bilaterais, via contratação de energia de reserva e de capacidade térmica, consumidores têm de cobrir despachos de térmicas a gás fora da ordem de mérito.

Estimativas da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) indicam que o Encargo de Serviços do Sistema (ESS) vai atingir cerca de R$ 200 milhões no mês de agosto e R$ 210 milhões em setembro. Esses valores são os mais elevados do ano e, caso sejam confirmados, refletem o crescimento dos custos adicionais dos consumidores com a segurança do sistema elétrico. "Hoje os consumidores pagam várias vezes pela segurança: em seus contratos de energia e por meio da contratação de energia de reserva", afirma o presidente-executivo da ABRACE, Paulo Pedrosa. "Os consumidores contratados não deveriam pagar também pelo despacho fora da ordem de mérito das usinas térmicas a gás por conta da falta de chuvas, o que reduz o risco de quem lhes vendeu a energia", completa.

Os cálculos da ABRACE indicam que o ESS por Segurança Energética deve atingir R$ 127 milhões em agosto. O valor elevado se deve principalmente ao despacho de térmicas a gás para compensar a falta de água nos reservatórios das hidrelétricas, devida à falta de chuvas em todo o País. A tendência é que o valor do encargo continue crescendo. Isso porque, no início de setembro, por exemplo, o uso de gás natural nas térmicas atingiu o recorde de 33 milhões de metros cúbicos por dia, para despacho de quase 10 mil MW médios.

Além disso, o ESS por Restrições de Operação deve totalizar R$ 72 milhões. Essa parcela do encargo está relacionada principalmente aos problemas nas linhas de transmissão que interligam os estados de Acre e Rondônia ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O excesso de queimadas registradas na região nas últimas semanas tem causado o desligamento automático das linhas, para evitar riscos ao sistema. As usinas TermoNorte I e II têm sido despachadas para garantir o abastecimento.

Caso as estimativas da Abrace se confirmem, o volume de ESS nos nove primeiros meses do ano deve chegar perto de R$ 1,1 bilhão. "Há alguns meses, estimávamos que o encargo atingiria no máximo R$ 1 bilhão neste ano. Mantido o ritmo atual, o valor vai ficar muito acima, pressionando os custos da energia de todos os consumidores", alerta Pedrosa.

"A indústria vê com grande preocupação o crescimento dos encargos incidentes sobre a energia", afirma, acrescentando que a redução dos encargos seria uma das principais formas de reduzir o custo da energia no país. "Hoje o custo da energia usada pela indústria brasileira está entre os mais altos do mundo, o que compromete nossa competitividade no mercado internacional e também favorece a importação de bens produzidos com energia mais barata disponível aos competidores internacionais", completa o presidente-executivo da Abrace.

Perfil-A Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) é uma entidade sem fins lucrativos que reúne 47 grupos industriais de setores como cimento, papel e celulose, química, fertilizantes, siderurgia, mineração, gases industriais, cloro/soda, vidros, ferro-ligas, automobilístico e têxtil, entre outros. Essas indústrias respondem pelo consumo de 22% da eletricidade usada no país e por 40% do óleo combustível e gás natural usados na indústria. O principal objetivo da Abrace é atuar em favor da disponibilidade de energia em condições mais competitivas em termos de custo e fornecimento para contribuir com o desenvolvimento da indústria brasileira.

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