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27/06/2007 - 10:01

"É preciso colocar a alfabetização no centro das políticas de educação", diz Unesco

Para representante, investir no ensino básico garantirá bons resultados

Brasília - O representante-adjunto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, Vicent Defourny, afirmou nesta terça-feira, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o analfabetismo no Brasil é preocupante e, é preciso colocar a alfabetização no centro das políticas de educação e investir no processo básico de leitura, isto é, métodos simples e estruturados para conseguir melhores resultados.

Segundo ele, toda população tem de saber da importância da alfabetização para ter uma sociedade do conhecimento. "É preciso valorizar os professores para comunidade e sociedade. E, criar condições para que o aluno aprenda realmente. Isso significa a preparação dos professores para adaptar-se a diversidade dos alunos", explicou Vicent Defourny.

Para o deputado Rogério Marinho (PSB-RN), autor do requerimento da reunião e membro da Comissão de Educação e Cultura, a preocupação é resolver a causa do analfabetismo, pois o País está repondo continuamente esse estoque de analfabetos. "Temos 55% de crianças na 4ª série do Ensino Fundamental que estão num estágio crítico de proficiência", disse o deputado.

Segundo ele, é preciso se preocupar com a metodologia do ensino, a pedagogia correta que consiga realmente educar, que consiga fazer com que a criança aprenda a ler, escrever e entender. "Se não nos preocuparmos em formar professores, que além da teoria, da filosofia da sala de aula, tenha a praticidade na hora de ensinar, não estaremos resolvendo o problema. É preciso que ele saiba o que está fazendo e não ter de aprender na hora", afirmou veemente o deputado.

Na mesma linha de pensamento de Rogério Marinho, a secretária de educação do Rio Grande do Norte, Ana Cristina Cabral, acredita que para combater o analfabetismo, é preciso investir na formação e reestruturação do corpo docente.

"Na teoria todos sabem de química, física e matemática, mas é preciso saber qual a disposição didática. É preciso ter paixão em ensinar", afirmou a secretária.

Foi citado durante o encontro a existência do "não-cidadão" durante a exposição da conselheira do Conselho Nacional de Educação, Regina Vinhais. Para ela a maioria dos brasileiros não sabe ler e escrever. "Esse dado é preocupante, pois as crianças de hoje serão os adolescentes frustrados de amanhã. Eles jamais irão se preocupar com uma formação superior, devido à falta de estímulo hoje", explicou a conselheira.

Para o secretário da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, presente na reunião no plenário da Câmara dos Deputados, a qualidade de ensino e o número de analfabetos caiu e, isso acontece durante o processo de universalização da educação, devido ao aumento de crianças na sala de aula.

"Temos de preparar as instituições, o corpo docente e os alunos para que aconteça uma mudança satisfatória na questão do analfabetismo infantil. É um problema de gestão e tem de ser debatido cada vez mais", sugeriu o André Lázaro.

Oportunidade - Para a secretária de educação do Rio Grande do Norte, Ana Cristina Cabral, de cada 100 jovens, apenas 11 conseguem chegar ao ensino superior, 86 acabam ficando no meio do caminho por falta de conhecimento e oportunidade de ensino de qualidade. Segundo ela, 76% dos alunos da 4ª série não sabem ler e escrever e não conseguem compartilhar o pouco aprendizado com os pais, pois estes também são analfabetos.

"Estamos falando de analfabetos pobres, que não sabem o que é um livro, que não tem dentro de casa familiares que consigam saber se a frase está correta. São essas crianças, esses adultos que temos de resgatar para diminuir o analfabetismo", disse a secretária.

Um dos projetos que está em andamento em Natal é a criação do "Agente da Alfabetização", um estudante do ensino superior, que tenha um rendimento do nível médio para levar a essa população carente, um pouco mais do que se aprende na faculdade.

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