Estudo mostra impacto de eventos geopolíticos nos preços do petróleo

Os eventos geopolíticos geraram muita volatilidade nos preços do petróleo, mas não alteraram de forma permanente a trajetória das cotações da commodity nas últimas duas décadas. A conclusão está na palestra “Os efeitos da geopolítica na volatilidade do preço do petróleo”, apresentada, nesta quinta-feira, durante as sessões técnicas da Rio Oil & Gas, por André Pompeo do Amaral Mendes, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) .

Mendes avalia que a volatilidade dos preços mudou ao longo do tempo, apresentando intensidades diferentes, mas que nenhum evento político causou um deslocamento permanente na trajetória de preços. No período de 1990 a 2009, o técnico do BNDES mostrou que a maior variação de cotações ocorreu durante a 1ª Guerra do Golfo, entre 1990 e 1991. Na ocasião, o índice de volatilidade, segundo Mendes, chegou a 3,5%, ao dia, e 56,9%, ao ano.

A crise do sistema bancário americano e europeu gerou a segunda maior volatilidade nos preços do petróleo no período, superando as variações das cotações que ocorreram na segunda invasão do Iraque e no ataque terrorista às Torres Gêmeas.

De acordo com Mendes, volatilidade alta nos preços do petróleo pode significar oportunidade de grandes ganhos ou perdas para as empresas. “Conhecer adequadamente a volatilidade dos preços é de grande importância para as empresas que atuam na indústria do petróleo”, afirmou o técnico do BNDES.

Na avaliação do técnico do BNDES, as grandes empresas do setor de óleo e gás e os departamentos de análise de investimentos das instituições financeiras normalmente estudam bem a volatilidade dos preços do petróleo. Entretanto, Mendes lembra que as empresas de menor porte do setor de óleo e gás e os departamentos que analisam créditos para essas empresas nos bancos nem sempre prestam a atenção devida ao assunto.