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18/09/2010 - 09:49

Mais um motivo para se praticar exercícios cerebrais

Nós agora temos ainda mais motivos para praticar exercícios para o cérebro.

Na última semana, uma nova pesquisa científica verificou que exercícios para o cérebro podem atrasar o surgimento dos sintomas da doença de Alzheimer (DA) e encurtar a sua duração. O estudo foi conduzido pelo neuropsicólogo Dr. Robert Wilson, do Centro Médico da Universidade Rush, em Chicago, e publicado no dia 1º de setembro de 2010 na revista Neurology.

A equipe do Dr. Wilson estudou 1157 residentes saudáveis de Chicago, de diversas rendas e origens étnicas, com idades acima de 65 anos, durante o período de seis anos. A conclusão das descobertas do estudo foi que a prática regular de exercícios para o cérebro atrasa o aparecimento da doença de Alzheimer. A reserva cognitiva obtida através de um estilo de vida cognitivamente rico ajuda as pessoas a compensar nos estágios iniciais da DA. Mesmo que a pessoa tenha a doença, ela poderá desfrutar da sua vida normal por um período maior de tempo. A duração da doença é reduzida, e os sintomas somente aparecem no momento em que as defesas naturais do cérebro (através da formação de reservas cognitivas) são derrotadas.

Por exemplo, se você soubesse que tem a condição fatal de DA e que isso resultaria na sua morte em 10 anos, você preferiria passar por uma deterioração lenta e gradual ao longo desses 10 anos, ou uma vida livre de sintomas por sete anos, seguida de um rápido declínio cerebral nos últimos três anos? Acreditamos que a maioria das pessoas optaria pela segunda alternativa, já que ela lhes dá a oportunidade de prolongar sua independência, propósito e qualidade de vida, e limita o fardo financeiro e emocional em suas famílias.

Então, já que concordamos com os benefícios individuais de se prorrogar o declínio, vamos olhar brevemente para as implicações positivas em potencial dessas descobertas para planos de saúde, sistema público de saúde e cuidadores domésticos.

Primeiro, vamos analisar os números relativos aos EUA (em dólares): .Total de gastos com saúde em 2010 para tratar DA ¹: $ 172 bilhões | .Total da parte do governo (Medicare/Medicaid) em 2010 ¹: $ 123 bilhões | . Quantidade de pessoas nos EUA diagnosticadas com DA ¹: 5,3 milhões | . Gasto médio para tratar dessa população por ano: $ 32.453 | . Tempo de vida médio de um paciente com DA ²: 6 anos | . Gasto total para tratar essa população diagnosticada em 2010 durante toda a doença: + de $ 1 trilhão | . Taxa de crescimento de casos de DA até 2040 ¹: 200%

Entendeu o quadro? Não é nem um pouco bonito lá nos EUA e também não deve ser aqui no Brasil. Os poucos números que encontramos no Brasil estimam que no ano de 2008 havia 779 mil pessoas com DA e que o gasto do governo somente com o fornecimento de alguns medicamentos de alto custo girava numa média de R$ 2.083 por paciente ao ano ³.

Agora considere que, levando um estilo de vida saudável para o cérebro e praticando regularmente treinamento cerebral, nós pudéssemos atrasar o surgimento da DA em dois anos ou mesmo em apenas um ano. Qual seria o impacto?

Experimente fazer esse exercício cerebral: . Quantos bilhões poderiam ser economizados com gastos de saúde? | . Quanto o governo poderia economizar? |.Qual seria o impacto pessoal e financeiro para o indivíduo em questão? |.Qual seria o impacto pessoal e financeiro para os cuidadores?

Os números são certamente estarrecedores. Existem muito mais camadas afetadas se você considerar algumas implicações secundárias. Um exemplo disso é o fato de que, quanto mais tempo um cuidador da família cuidar do paciente de DA, maior a chance de ele vir a sofrer de depressão e, consequentemente, de se tornar paciente de DA também um dia.

Embora haja o risco (muito pequeno!) de estarmos simplificando demais aqui, acreditamos que é hora de levarmos a sério a elevação de nossas reservas cognitivas por meio de ginástica cerebral e de começarmos o quanto antes na vida. Quem sabe a economia de gastos obtida pelo governo nos cuidados da DA poderia ser reinvestida em educação que, consequentemente, elevaria a reserva cognitiva da população e ajudaria a próxima geração a levar uma vida melhor na velhice? Uma abordagem de mais curto prazo e prática talvez seja o governo e os planos de saúde oferecerem incentivos para idosos e adultos praticarem regularmente exercícios para o cérebro.

Fica a reflexão. Para nós... e para eles.

Fontes:1 Alzheimer’s Association 2010 Alzheimer’s disease Facts and Figures | ² Texas Department of State Health Services ³ Cintra et al, “Avaliação do Programa Público Brasileiro de Tratamento da Doença de Alzheimer, no ano de 2008” | Artigo da Time: Brain Exercises Delay, but Can’t Prevent, Dementia | Artigo da U.S. News: Alzheimer’s Trade-Off for Mentally Active Senior | Artigo da National Public Radio: Mental Stimulation Postpones, Then Speeds Dementia

. Por: Ricardo Marchesan, sócio fundador do Cérebro Melhor, empresa especializada em treinamento cerebral por meio de jogos online. [www.cerebromelhor.com.br ].

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