Artesãos de calçados lucram com Jogos Pan-americanos

Pólo calçadista da Baixada Fluminense comemora venda de 5 mil pares para escola de samba que vai se apresenta na abertura do evento

Rio de Janeiro - Os Jogos Pan-americanos vão ter um significado especial para o Pólo Calçadista de Belfort Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O resultado do trabalho deles estará nos pés dos componentes da escola de samba Mocidade Independente. Eles participam do desfile de abertura. Os artesãos trabalharam duro, mas venceram o desafio de produzir em 40 dias, mais de 5 mil pares de sandálias, sapatos estilizados e sapatilhas.

"Não serve qualquer calçado, porque eles não podem atravessar no samba", brinca o presidente da Cooperativa de Fabricantes de Artefatos de Couro e Sintéticos do Estado do Rio de Janeiro (Coopfarj), José Avelino da Silva. Tradição é o que não falta para esse pólo que há mais de dez anos fabrica sapatos para o Carnaval. Moldes adequados, materiais maleáveis e reforço de costura e uso de aço em pontos estratégicos são alguns dos segredos das técnicas que os artesãos desenvolveram para garantir conforto e segurança aos sambistas.

Com esta encomenda, os artesãos receberam cerca de R$ 100 mil, um faturamento inesperado. "Como estamos na entressafra, os jogos representaram um carnaval fora de época", comemora o presidente da cooperativa.

O pólo, que reúne cerca de 200 artesãos das duas cidades, trabalha agora para atingir metas ousadas. O Plano Estratégico de Desenvolvimento, finalizado esta semana pelo Sebrae local, prevê uma série de etapas que envolvem toda a capacitação deste segmento. As ações vão da criação de escola técnica, implantação de uma central atacadista para compras conjuntas até a criação de uma marca própria.

Todas as ações previstas neste plano contam também com apoio das prefeituras dos dois municípios, governo do estado do Rio e outras entidades como as federações da indústria e do comércio (Firjan e Fecomércio). 'O pólo já fabrica para várias butiques da zona sul do Rio de Janeiro. O que eles precisam hoje é criar uma identidade e ganhar reconhecimento', enfatiza a gestora do Arranjo Produtivo Local de Belfort Roxo e Duque de Caxias, Solange Camargo, do Sebrae da Baixada Fluminense. | Sebrae/RJ - (21) 2212-7971 | Sebrae da Baixada Fluminense - (21) 2756-5939 | Coopfarj - (21) 3658-2353/ Por: Regina Mamede/Sebrae Nacional.