Queda de juros incentiva os investimentos no setor produtivo

Redes de franquias estão entre negócios mais atrativos

Com a queda das taxas de juros – atualmente a Selic está em 12% ao ano –, caiu a rentabilidade das aplicações financeiras e chegou ao fim a época dos ganhos fáceis. Já não compensa deixar as reservas no banco. É mais vantajoso investir em um negócio próprio. O aumento dos investimentos no setor produtivo é uma tendência irreversível, já captada pelos números do PIB do primeiro trimestre, que cresceu 4,3% em relação ao mesmo período de 2006. No sistema de franchising, por exemplo, a procura por oportunidades de negócios está sendo fortemente sentida e algumas redes já foram beneficiadas.

“Pessoas acostumadas a viver de aplicações estão repensando suas estratégias. Procuram negócios com baixo risco e alta rentabilidade. As pesquisas sobre mortalidade de empresas mostram que montar uma franquia é mais seguro do que abrir um negócio independente e que o sistema de franchising cresce acima de outros setores da economia”, afirma a consultora Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona Estratégia e Gestão.

Em 2006, segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento do setor foi de R$ 39,8 bilhões, um crescimento de 11% em relação a 2005. No mesmo período, o crescimento do PIB foi de apenas 2,9%. A pesquisa aponta que o segmento que mais se destacou dentro do sistema de franchising foi o de alimentação, com crescimento de 26%.

A Spedini Trattoria Expressa, por exemplo, faturou 28,3% a mais em 2006 do que em 2005. E em 2007, a rede continua em ritmo acelerado. De janeiro a abril, duplicou o número de unidades, saltando de nove para 18 lojas. O faturamento médio das unidades no período cresceu 35%, em relação ao primeiro quadrimestre de 2006. “Focamos nossa comunicação na rentabilidade do negócio e na estrutura de que dispomos para acolher os novos franqueados”, diz o gerente comercial, Romano Fressato Neto. O lucro líquido médio das unidades da Spedini chega a quase 15%, muito acima de qualquer aplicação financeira.

Os próprios bancos estão de olho nos índices de crescimento do franchising. A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil criaram programas especiais de financiamento para atender às redes de franquias.