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25/09/2010 - 09:42

Sucot, a tradicional Festa das Cabanas

Entre os dias 22 e 29 de setembro, judeus do país celebram Sucot, a Festa das Cabanas, considerada também a celebração da sinceridade, ecologia, da acolhida, do pluralismo e espiritualidade. Durante os sete dias de comemoração, é lembrada a vida dos antepassados no deserto ao saírem da escravidão no Egito antigo.

Um dos costumes mais fortes dessa festividade é fazer refeições, estudar a Torá, o livro sagrado dos judeus, e receber muitos convidados em pequenas cabanas construídas nas sinagogas, chamadas de sucá. Além de representar as moradias no deserto, tais cabanas expressam a importância da beleza interior e verdadeira, que vai além das aparências, uma vez que precisam ser bonitas por dentro, mesmo que precárias por fora. Isso porque elas devem ser construídas de forma muito simples. Precisam ter como teto folhagens que permitam ver o sol de dia e as estrelas à noite. O chão, preferencialmente, é a própria terra, a fim de lembrar o vínculo existencial entre o homem e a natureza e a responsabilidade ecológica pela sustentabilidade do planeta.

A experiência de se desprender dos artifícios e voltar a morar na natureza, mesmo que simbolicamente, propõe ao homem refletir sobre suas perguntas essenciais: de onde veio, aonde quer ir, para quais prioridades existenciais dedica sua breve vida, para quê, por que e como?

A festa de Sucot vai além. É a celebração do encontro especialmente com o diferente, com a alteridade. Os judeus costumam visitar uns aos outros e se encontrar com pessoas distantes, velhos amigos e parentes, inclusive com rivais. É a grande oportunidade de se fazer a paz. Por essa razão, inclusive, em Israel existem Sucot públicas às quais são convidados especialmente rivais de partidos, religiões e até de nações diferentes. Palestinos e israelenses, judeus, cristãos e muçulmanos, esquerdas e direitas políticas, religiosos e seculares, orientais e ocidentais ? todos comem, estudam e cantam juntos nas cabanas.

A tradição popular conta que aquele que tiver a sucá mais aberta, física e espiritualmente – aquela na qual todos conseguirem se sentir em casa e o anfitrião conseguir receber a totalidade da diferença do próximo –, será premiado com a visita dos patriarcas. Personagens de outras épocas desafiam com sua presença a abertura do individuo à pluralidade e tolerância.

Desse modo, a festa judaica das cabanas convida à sensibilidade da humanidade diante das necessidades sociais dos mais fracos e das necessidades ecológicas do planeta. E também diante das prioridades espirituais na vida material e da possibilidade de paz através da aceitação da diversidade de ideias políticas e religiosas. É uma festa para fazer ? e não apenas para esperar por ? um mundo melhor. Uma festa para treinar a vida em um mundo diferente.

. Por: Rabino Ruben Sternschein, da Congregação Israelita Paulista (CIP)

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