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29/09/2010 - 09:56

Dia das Crianças: as meninas (de todas as idades!) demandam despesas maiores


Se o comércio fosse um veículo em movimento – considerando tempos normais, fora das datas especiais –, a velocidade seria, supostamente, 80 quilômetros por hora. No Natal, essa velocidade dobraria, ou seja, nada menos que 160 quilômetros por hora. Nesse exemplo hipotético, a segunda melhor data do comércio, o Dia das Mães, deveria ser representada por uma velocidade de 104 quilômetros por hora; o Dia das Crianças, por sua vez, seria um veículo a 97 quilômetros. Evidentemente, os veículos podem se mover mais rapidamente se as condições climáticas forem favoráveis – ou, em menor velocidade, se estiver chovendo. Mas, de modo geral, o Dia das Crianças ocupa a terceira melhor data para os varejistas.

Felizmente para os comerciantes, a atual representação do ambiente econômico é a de um dia ensolarado. A massa real de salários na indústria cresceu 3,1% em 2010, em comparação com o primeiro semestre de 2009. Além disso, o prazo médio de pagamentos é de aproximadamente 530 dias, ou seja, são 33 dias a mais que um ano atrás. Esse prazo médio está relacionado a uma taxa de juros de 41% ao ano, que embora seja ainda alta é mais baixa que a vigente um ano atrás: 45% ao ano. Se as condições são favoráveis, as perspectivas de vendas para o Dia das Crianças são, portanto, bastante promissoras – principalmente considerando que a despesa das famílias com os filhos é um dos itens mais pesados do orçamento doméstico.

Segundo dados da InfoMoney, uma criança para ter acesso a uma boa educação requer um gasto médio de aproximadamente R$ 1.500 por mês. Nas famílias bem mais abastadas essa média sobe para R$ 10 mil por mês. Essa conta é mais salgada se a prole contar com mais representantes do sexo feminino. Segundo a mesma fonte, as filhas demandam despesas mais elevadas. No caso de crianças recém-nascidas, as meninas impõem despesas 10% mais elevadas que os meninos; diferença entre os sexos que sobe para o dobro na adolescência. As evidências levam a crer que também no Dia das Crianças, os papais e as mamães das meninas desembolsarão mais dinheiro para atender as expectativas das filhas do que os pais de meninos. A situação dos pais de garotas é ainda pior se elas não forem tão crianças assim.

De qualquer modo, os dias ensolarados permitem que a razão faça um pouco mais de concessões ao coração. Com mais dinheiro no bolso, os pais podem ser mais sensíveis aos apelos dos filhos. Agora, vale dizer que os filhos têm mais chances com as mães. Um trabalho da Felisoni Consultores Associados mostrou que nas compras em supermercados 51% dos pais declararam que gastam mais quando estão acompanhados dos filhos. No caso das mães, esse percentual é bem mais alto: 66%. Para não estourar o orçamento – um pouco mais folgado nesse ano –, os papais devem estar de olho não apenas nos filhos; devem estar especialmente atentos aos gastos das meninas de modo geral, o que inclui as mamães.

. Por: Claudio Felisoni de Angelo, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP) e coordenador do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (PROVAR – FIA).

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