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30/09/2010 - 09:23

Indústria diminui ritmo, mas atividade crescerá 10% no ano

Taxa média de crescimento deverá ficar em 0,7% na reta final. Pesquisa Sensor aponta investimentos em alta e estoque ainda elevado, com influência do câmbio.

A indústria paulista confirmou a retomada de crescimento do nível de atividade em agosto, pelo segundo mês seguido, após a ligeira queda de rendimento ocorrida no segundo trimestre com o fim dos incentivos tributários. Porém, a uma taxa mais modesta: o indicador divulgado nesta quarta-feira (29) pela Fiesp e o Ciesp computou alta de 0,4% com ajuste sazonal.

Sem ajuste, o acréscimo em relação a julho atingiu 2,8%. O período de janeiro a agosto acumula alta de 12,3% sobre o mesmo período do ano passado, mas ainda haverá perdas em razão da base de comparação mais elevada no último trimestre de 2009.

“Chegamos a um patamar que já se compara com o final do ano passado, o que indica certa acomodação. Não teremos mais esse espasmo de taxas elevadas de crescimento, como no primeiro trimestre”, avaliou Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp.

Mantida a taxa média de 0,7% pelos próximos quatro meses, o índice deverá encerrar o ano com crescimento próximo de 10%, calcula o diretor.

Variações - Entre as variáveis que compõem o índice, destaque para horas trabalhadas na produção (+0,7%) e total de salários reais (+1,0%). O total de vendas reais, no entanto, com modesto acréscimo de 0,1% na passagem mensal, puxou o INA para baixo. Já o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) avançou de 83,2 para 83,8 no período e, na avaliação de Francini, segue em patamar confortável.

Setores - No levantamento de agosto, 11 das 17 atividades industriais tiveram desempenho positivo, uma ficou estável e cinco caíram em relação ao mês anterior. Destacam-se três: alimentos e bebidas (+2,1%), com ajuste; minerais não-metálicos, que espelha o comportamento da construção civil (+2,3%) e máquinas e equipamentos (+1,6%).

Expectativa -A pesquisa Sensor, que aponta a perspectiva dos empresários em relação ao cenário econômico do mês corrente, mostra que a atividade paulista continua em processo de crescimento, porém com menor ímpeto.

O Sensor geral passou de 53,5 para 52,8 pontos entre agosto e setembro. O item mercado ficou estável com 55,9 pontos, e o emprego, apesar da tendência de crescimento arrefecida, deve seguir em bom nível. As vendas voltaram ao patamar neutro (50,9), após atingirem 54,1 pontos em agosto.

O item investimentos bateu recorde na série do Sensor, com 60 pontos, dando indícios de que o reequipamento da indústria continuará forte. Já os estoques, que seguem altos (43,4 pontos), principalmente em produtos duráveis e bens de capital, foram responsáveis pela queda no Sensor.

Segundo Paulo Francini, há duas hipóteses ligadas ao câmbio sobrevalorizado que podem explicar a demora no ajuste dos estoques, que chamou de “hematoma resistente”, mas com perspectiva de absorção até o fim do ano.

“Há duas hipóteses razoáveis para essa demora no ajuste. Uma delas é a frustração maior quanto à produção destinada à exportação, que pode significar uma dificuldade maior em vender para o exterior. A segunda é a ‘busca ao tesouro’, ou seja, uma corrida para despachar produção onde existe demanda. O fluxo de importações interfere na projeção de vendas da produção doméstica, e a consequência direta é o estoque”, analisou Francini.

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