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30/09/2010 - 09:23

Professor propõe gestão inovadora de pessoal para lucro das empresas

São Paulo - Pessoas talentosas, bem treinadas e comprometidas com a empresa em que trabalham são a chave do sucesso de uma companhia, qualquer que seja o tamanho dela, o setor de atuação ou o país de origem. Esses são fatores muito mais importantes do que ser pioneiro em determinado produto ou mercado, ser grande ou ter custos trabalhistas pequenos. A conclusão é do professor da Stanford University Jeffrey Pfeffer, que inaugurou no dia, 29 de setembro (quarta-feira), em São Paulo, o Ciclo de Palestras SESI Sustentabilidade, promovido pelo Serviço Social da Indústria.

De acordo com Pfeffer, práticas de gestão de alto desempenho, como segurança no emprego, compromisso mútuo entre empregado e empregador, recrutamento seletivo (para encontrar funcionários compatíveis com a filosofia e os valores da empresa) e investimento substancial e sustentado em treinamento e capacitação levam a empresas lucrativas. “Elas simplesmente tratam melhor os clientes, os consumidores, que por sua vez gastam mais dinheiro com elas e voltam a consumir, a usar o serviço, e por isso elas lucram mais”, definiu o norte-americano.

Para o professor da Stanford University, o compartilhamento de informação dentro da empresa, no que ele chama de “gestão de livro aberto”, e menores distinções de status nas empresas, numa cultura de igualdade, também são práticas que geram mais resultados. “Temos vários exemplos que suportam essa teoria, como o da Kimberly-Clark nos países andinos”, relatou na palestra que o SESI retransmitiu para todos os estados, por videoconferência.

“Na Venezuela, Peru, Colômbia, Equador e Bolívia, a Kimberly-Clark, construiu uma organização com a cultura ‘das pessoas primeiro’, descentralizou a tomada de decisões, investiu em treinamento e nas comunidades locais”, contou Pfeffer. Segundo ele, em quatro anos a companhia dobrou as vendas e triplicou os lucros nesses países.

Outro exemplo dado por ele de empresa que investe mais em pessoas do que em estratégias mais ortodoxas de gerenciamento, como corte de pessoal em tempos de crise, redução de custos trabalhistas a qualquer preço e pouco treinamento, foi o da empresa norte-americana de diálises Davita. “Em 1999, quando ainda chamavam Total Renal Care, eles quase quebraram. Hoje são vice-líderes no setor nos Estados Unidos, têm os melhores resultados clínicos e a rotatividade de pessoal caiu pela metade”, informou Pfeffer. As receitas, segundo ele, passaram de US$ 1,4 bilhão em 1999 para US$ 5,7 bilhões em 2008.

“Isso porque”, justificou, “eles investiram pesadamente em treinamento, tanto em capacitação quanto na educação da forma de gerenciamento do negócio, concentraram a atenção nos centros de diálise, que é o foco da empresa, e aumentaram drasticamente a comunicação dentro da companhia”.

Em suma, analisou Jeffrey Pfeffer, noções consagradas de gestão de empresas, como a de cortar custos trabalhistas, demitindo os mais caros, e experientes profissionais, ser pioneiro em determinado segmento, ser gigante, comprar concorrentes para ganhar mercado, ser agressivo na estratégia de vendas, nem sempre garante sucesso. “Exemplos como a Ford e a GM, as companhias norte-americanas de aviação, grandes laboratórios, bancos, mostram isso. Basicamente, é praticamente impossível ter resultados extraordinários estando na média e fazendo o que todo mundo faz”, concluiu.

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