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29/06/2007 - 08:47

Banco Central eleva de 4,1% para 4,7% a expectativa de crescimento da economia em 2007

São Paulo/Brasília - Crescimento em alta e inflação em baixa. Esse é o cenário traçado pelo Banco Central para a economia brasileira em 2007, de acordo com as projeções incluídas no relatório trimestral de inflação divulgado dia 28 de junho.

Pelos cálculos do BC, a economia crescerá 4,7 por cento neste ano, uma taxa superior à estimada pelo próprio Banco Central em março --quando projetava expansão de 4,1 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB)-- e também acima das estimativas atuais do mercado e do restante do governo.

A revisão, segundo o BC, reflete a mudança na metodologia de cálculo do PIB anunciada pelo IBGE no final de março, mas também uma melhora da avaliação da demanda doméstica.

"As projeções do mercado deram um pulo grande quando foi divulgada a nova série (do IBGE), depois continuaram crescendo. Para nós (foi assim) também", afirmou Mário Mesquita, diretor de Política Econômica do BC, a jornalistas.

Analistas de mercado prevêem um crescimento de 4,3 por cento este ano, segundo levantamento do Banco Central, mesmo número estimado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A Lei de Diretrizes Orçamentárias prevê crescimento de 4,5 por cento.

Mesquita disse considerar "normal" a divergência. "A projeção do mercado pode perfeitamente convergir para o nosso número", afirmou.

Ao mesmo tempo em que se espera uma taxa de crescimento mais robusta, o BC indica que a inflação deve seguir em queda.

No cenário de referência da instituição, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve subir 3,5 por cento em 2007, ante projeção anterior de 3,8 por cento.

Para 2008, a estimativa é de uma alta de 4,1 por cento, ante 4,4 por cento em março.

"Esse movimento ocorre a despeito da redução de 75 pontos base na taxa Selic desde março de 2007 e, em grande parte, resulta da revisão das projeções para a variação dos preços administrados em 2007 e em 2008, bem como da apreciação da taxa de câmbio verificada desde março", afirmou o BC no relatório.

Para Alexandre Lintz, estrategista-chefe do BNP Paribas, o relatório indica que tanto o índice cheio de inflação quanto o núcleo seguem uma dinâmica benigna.

"O relatório reforçou que a utilização da capacidade está subindo, mas o ritmo forte dos investimentos fixos e as importações mantêm o 'gap' da produção balanceado", acrescentou em nota.

Riscos - O BC aponta como risco para a trajetória da inflação o ritmo de expansão da economia doméstica, que ainda não absorveu inteiramente os efeitos da recente flexibilização monetária.

"Cabe, nesse sentido, reconhecer que os impulsos fiscais deste ano constituem-se fator adicional de estímul à demanda doméstica, bem como o fato de a demanda por exportações brasileiras ter se mostrado maior do que se antecipava", afirmou o BC no relatório.

Mesquita destacou, contudo, que o fato de os investimentos e das importações estarem crescendo contribui para mitigar efeitos "potencialmente inflacionários" do crescimento da demanda agregada.

"Se a demanda estivesse crescendo sem uma elevação dos investimentos, eu estaria preocupado. Com os investimentos em alta, eu continuo preocupado com os riscos porque é tarefa de um banqueiro central, mas a preocupação é menor", afirmou o diretor.

A estimativa do BC para o crescimento da formação bruta de capital fixo --uma medida de investimentos no país-- foi elevada para 8,5 por cento, ante 7,1 por cento.

"Esse aumento reflete, principalmente, a aceleração registrada nos investimentos durante o primeiro trimestre do ano, e mostra-se coerente tanto com a elevação do otimismo dos empresários, quanto com a redução observada nos custos de investimentos", afirmou o BC no relatório.

Cenário de mercado - Considerando a trajetória estimada pelo mercado para juro e câmbio, o BC projeta uma inflação de 3,5 por cento em 2007 e de 4,6 por cento em 2008.

No relatório de março, as projeções considerando as estimativas do mercado apontavam para altas de 4 por cento e 5 por cento, respectivamente.

"Contribuiu para esse deslocamento o recuo nas expectativas de depreciação do câmbio nominal ao longo do horizonte de projeção considerado", afirmou o BC. | Por: Renato Andrade e Isabel Versiani/Reuters.

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