Tecnologia para envelhecer

Telessaúde e dieta amazônica são discutidas em Jornada sobre o envelhecimento.

Velhice tem muito a ver com tecnologia. Essa relação ficou clara no talk show "Conversando sobre o futuro: O que está vindo por aí", que abriu a 10ª Jornada Pronep, dia 27 de setembro, e foi moderado pelo jornalista Walnei Mendonça. O Professor Dr. Chao Lung Wen, da Universidade de São Paulo, e o Professor Euler Ribeiro, da Universidade do Amazonas, apresentaram os estudos mais recentes sobre envelhecimento populacional. As soluções para a melhor gestão do envelhecimento incluem ideias viabilizadas pelo avanço tecnológico, como é o caso da telessaúde, e ideias simples, como a dieta amazônica, lançada no evento.

Telessaúde: a modalidade do futuro - A tecnologia está em rápida expansão e abrange todas as áreas de estudo, inclusive a saúde. “É preciso se envolver. Nos próximos três ou quatro anos, ou se utiliza a tecnologia para desenvolvimento da saúde ou perde-se a competitividade”, alertou Lung Wen. E o professor está mesmo envolvido. O projeto de telessaúde é um exemplo disso. Trata-se de um conjunto de ações em saúde que envolve tecnologia da comunicação e informação. Telehomecare e telegeriatria também estão incluídas na ideia.

O telehomecare, por exemplo, é uma tendência para o futuro, já que a medicina domiciliar tem crescido de maneira considerável a cada ano. O objetivo é acompanhar o paciente em casa, por meio da troca de informações. Da mesma forma, a telegeriatria proporciona a atualização e aperfeiçoamento dos profissionais, através do compartilhamento de experiências. As redes sociais desenvolvidas pela equipe do professor são importante ferramenta para viabilizar os projetos, já que interligam os profissionais. Isso significa que hospitais, clínicas e até salões de beleza podem estar conectados por meio de uma ideia simples, viabilizada pela tecnologia banda larga. E tudo ao alcance do bolso.

Simplicidade amazônica - O Professor Euler Ribeiro, por sua vez, aproveitou a Jornada para lançar a dieta amazônica, resultado de dez anos de estudo sobre o envelhecimento do homem da floresta. Ribeiro explica que alguns fatores, como sono adequado, controle do estresse e prática de exercícios físicos, são essenciais para uma vida longa e de qualidade. Mas a alimentação é o viés mais relevante neste processo. “70% do processo de envelhecimento com qualidade depende de nós. Nós construímos a nossa expectativa de vida”, avaliou Ribeiro. E, ao que parece, o homem da floresta constrói a velhice de maneira correta.

A eficácia da dieta, que tem como base o guaraná, é comprovada pelos moradores de Maués, no estado do Amazonas, onde a expectativa de vida está acima de 80 anos. O guaraná possui substâncias antioxidantes, antitumorais e ainda melhora a capacidade cognitiva. “É um alimento três em um. Reúne as propriedades benéficas do óleo, do azeite e do vinho. E supera os três em tudo.”, acrescenta Ribeiro. .Além do guaraná, a dieta amazônica inclui os frutos da região, ricos em nutrientes, e uma imensa variedade de peixes.