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02/10/2010 - 07:39

Assumindo responsabilidades, inclusive em relação aos fornecedores

Não há qualquer novidade no fato de que as empresas têm hoje de adotar padrões responsáveis e sustentáveis de atuação para serem aceitas pelo mercado, pelos consumidores e pelas autoridades que regulam sua atuação empresarial e social. O que vem sendo reforçado, e que anteriormente era pouco percebido, é que essas mesmas empresas têm de ser responsáveis e exigir adequação ao contratar seus fornecedores.

Recentemente, uma grande rede de lojas de vestuário assinou um TAC (termo de ajustamento de conduta) conjunto com o Ministério Público, Ministério do Trabalho e Defensoria Pública da União assumindo o compromisso de combater o trabalho em condições precárias, o que chegou a ser registrado em alguns de seus fornecedores. Entre os casos anotados, havia a exploração de cidadãos bolivianos sujeitos a condições ambientais inadequadas e a jornadas desumanas de trabalho na confecção de roupas.

Pelo compromisso assumido, a rede de empresas promoverá auditorias em seus fornecedores ou em empresas subcontratadas por estes para apurar as condições de trabalho e de contratação a que são sujeitos os trabalhadores envolvidos na cadeia produtiva. Caso sejam apuradas irregularidades, a rede de lojas terá um prazo para atuar decisivamente e corrigir os eventuais problemas registrados nos fornecedores. Não bastará a ela, portanto, simplesmente romper contrato com o fornecedor que submete seus contratados a condições inadequadas de atuação, mas, sim, agir efetivamente para que o trabalho em condições precárias seja corrigido, beneficiando os profissionais que são a base da cadeia produtiva que culmina com os produtos vendidos pela rede.

Este é um exemplo concreto de que o conceito de responsabilidade e de sustentabilidade tem de ser compreendido e aplicado de forma verdadeiramente holística. Atualmente, não basta responsabilizar-se apenas por aquilo que envolve os limites físicos e pessoais de uma corporação.

A responsabilidade e a sustentabilidade empresarial, social e ambiental devem ser geridas ao longo de uma extensa cadeia, que tem início na escolha e na manipulação de matérias-primas, inclui a percepção de como atuam os fornecedores e intermediários, envolve as abordagens e atitudes produtivas na própria corporação ao processar seus produtos ou serviços, passa pela mensuração e compensação dos impactos provocados à sociedade e ao meio ambiente e culmina com o respeito ao cliente e à sociedade, inclusive em relação aos usos e hábitos gerados e estimulados pelo produto ou serviço oferecido ao mercado, levando-se em consideração todas as implicações e efeitos que este venha a provocar sobre o ambiente e a própria sociedade.

. Por: Ieda Novais, diretora corporativa da BDO no Brasil,integrante da quinta maior empresa do mundo em auditoria, tributos e advisory services

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