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06/10/2010 - 08:28

Amazônia, A Arte

Palácio das Artes exibe a visualidade da região amazônica em mostra que reunirá obras de 32 artistas contemporâneos

A pluraridade da Amazônia no contexto da arte brasileira poderá ser conferida a partir de 14 de outubro nas galerias Maristela Tristão, Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima, no Palácio das Artes, Belo Horizonte, quando será inaugurada a exposição Amazônia, A Arte. Idealizada por Paulo Herkenhoff, com curadoria de Orlando Maneschy, a mostra já foi exibida no Museu Vale – ES, e chega a Belo Horizonte completa, com pinturas, fotografias, objetos, vídeos e instalações, reunindo a produção de 32 artistas dos Estados do Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Pará, Rondônia e Maranhão, além de Claudia Andujar, Cildo Meireles e Katie van Scherpenberg, convidados especialmente para participar da exposição.

No dia da abertura, às 18h, haverá uma mesa-redonda com Paulo Herkenhoff, Orlando Maneschy e os artistas Emmanuel Nassar, Éder Oliveira, Melissa Barbery e Alexandre Sequeira no Teatro João Ceschiatti. A produção de Amazônia, A Arte é de Maria Clara Rodrigues, da Imago Escritório de Arte. A exposição fica aberta para visitação até 23 de dezembro, e a entrada é franca.

“A Amazônia tem uma produção particular no contexto da arte brasileira e da cultura visual em geral” - afirma Henkenhoff. - “Sua singularidade se marca no modo como muitos artistas amazônicos trabalham sobre o gosto vernacular, materiais locais e sobre valores plásticos que são definidos como próprios. A questão da autoexpressão afeta grupos indígenas, sendo que alguns buscam construir um discurso através de videoarte, por exemplo. Existe uma longa tradição de modernidade e interesse em avanços tecnológicos. A produção de arte na região amazônica permanece como uma incógnita, apesar do razoável reconhecimento recebido por uma meia dúzia de artistas paraenses nas últimas duas décadas” - conclui o autor do projeto.

Amazônia, A Arte não pretende ser uma visão totalizadora da produção artística da região - “o que seria sempre uma promessa de um resultado falacioso” - diz Herkenhoff, mas implica no levantamento das principais questões conceituais e políticas evidenciadas na arte produzida pelos artistas de cada um dos Estados que farão parte da mostra.

Tendo em vista a diversidade cultural da região, a Amazônia Brasileira, por sua dimensão gigantesca, salvo o Pará, é um arquipélago de situações culturais isoladas entre si e de todo o país. Esse isolamento implica pautas diversificadas na arte, em desenvolvimento institucional díspar, e diferentes graus de intensidade do ambiente da arte. Esse estado da arte e de seu sistema se constitui em desafios importantes, os quais, adequadamente enfrentados, podem trazer resultados significativos.

Para o curador Orlando Maneschy “o Brasil continua não conhecendo o Brasil, e muito menos a Amazônia, que ainda é vista como um celeiro de exotismos e ponto focal dos mais variados interesses. Esta imagem corriqueira de Amazônia, que circula na mídia, não permite ver a complexa riqueza de relações em que a estética se estabelece na vida desdobrando-se na produção artística. Esta exposição é uma oportunidade que o país tem de ver um pouco além, e conhecer artistas instigantes”, ele diz.

Visualizando as obras que farão parte da mostra, Maneschy destaca o trânsito dos artistas por diversas linguagens e como as questões presentes irão articular sobre a luminosidade e a cor, o espaço e a política. Como esses aspectos reverberam na obra de artistas que ora se detém sobre micropolíticas relacionais, e que irão dialogar com a própria história da região, e, por conseguinte, com a do país. “A potência desta exposição se apresenta na força com que essas obras atravessam questões estéticas e conceituais evidenciando como esses artistas pensam seu papel no mundo”, afirma o curador.

Amazônia, A Arte atravessa várias gerações de artistas: de Hélio Melo, Emmanuel Nassar e Luiz Braga até jovens talentos, como a artista Melissa Barbery, que vem se destacando na produção paraense e apresentará três trabalhos: um vídeo em Tucumã, na Estação Conhecimento, onde crianças e jovens frequentam aulas esportivas no programa Brasil Vale Ouro; um vídeo inédito realizado na Estação Conhecimento APA do Gelado (que não fez parte da mostra no Museu Vale), e a instalação Low-tech Garden, em que se utiliza de objetos luminosos precários construindo um lisérgico jardim, falando da passagem do tempo.

A exposição requer um olhar pausado, atento, que se adapta a um percurso e ambiente novos, como quando se adentra na própria selva; esse princípio da luz se apresenta já no início, convidando o visitante a se permitir entrar com vagar, observar os detalhes desde o primeiro momento, desde o primeiro passo. Um bom exemplo são as obras do fotógrafo Patrick Pardini, que vem se dedicando nos últimos anos a uma densa reflexão sobre a flora amazônica, e apresentará o projeto “Arborescência”. Patrick Pardini também exibirá um trabalho especial realizado na Flona - Floresta Nacional de Carajás, que se tornou um exemplo de sustentabilidade no planeta. O artista incorporará esta nova série de imagens ao projeto ampliando o desenho que se configura numa crescente coleção.

Artistas: Hélio Melo (AC) | Grupo Urucum (AP) | Roberto Evangelista (AM) | Naia Arruda (AM) | Thiago Martins de Melo (MA).

Pará: Acácio Sobral | Alexandre Sequeira | Armando Queiroz |Armando Sobral |Alberto Bitar |Berna Reale | Cláudia Leão & Leonardo Pinto | Dirceu Maués | Éder Oliveira | Edilena Florenzano | Elza Lima | Emmanuel Nassar | Lise Lobato |Luiz Braga | Maria Christina | Melissa Barbery | Marcone Moreira | Miguel Chikaoka | Otávio Cardoso | Patrick Pardini | Paula Sampaio | Walda Marques.

Rondônia: Coletivo Madeirista (Rinaldo Santos, Ariana Boaventura e Joesér Alvarez) | Roraima | Orlando Nakeuxima Manihipi-Theri (da terra Indígena Yanomami), Convidados especiais: Claudia Andujar ( SP) | Katie van Scherpenberg (RJ) | Cildo Meireles (RJ).

. [Amazônia, A Arte,de 15 de outubro a 23 de dezembro de 2010, de terça a sábado, das 09h30 às 21h, aos domingos, das 16h às 21hno Palácio das Artes, Galerias Maristela Tristão, Genesco Murta e Arlinda Corrêa Lima, Avenida Afonso Pena, 1537, Centro | Belo Horizonte, MG. Entrada franca | Produção: Maria Clara Rodrigues - Imago Escritório de Arte Ltda. | Patrocínio: Fundação Vale| Informações pelo telefone (31) 3236-7400 {www.fcs.mg.gov.br} | Visitas monitoradas pelos telefones (31) 3236-7322 | 3236-7389].

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