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07/10/2010 - 08:35

Consumismo Infantil

É impressionante a maneira como as diferentes mídias são utilizadas por meio de estratégias das mais variadas para conduzir as pessoas ao consumo inconsciente. Digo “inconsciente” porque uma parcela significativa do que é adquirido por nós em decorrência do poder da publicidade não é realmente necessário ou importante para nossa existência ou bem-estar. Nesta época de Dia das Crianças, hábitos de consumo como estes aumentam de forma expressiva, atingindo todas as faixas etárias de compradores desenfreados, e, nesse momento, em especial a primeira infância. As crianças, inclusive, são um alvo fácil, pois se seus mestres (familiares e educadores) não conseguirem dar exemplo neste aspecto, dificilmente deixarão de cair na rede viciante da compra desnecessária. Vê-se então o quanto a educação para o consumo se torna fundamental – e quanto antes, melhor.

Não se pretende cair aqui no pensamento utópico de que só devemos comprar às nossas crianças o que é essencialmente indispensável à sobrevivência delas. Este seria outro extremo da história. O que ocorre é que a forma como o consumo de artigos infantis tem sido incentivado pelas mídias fere questões éticas de sustentabilidade e influencia diretamente a maneira como os pequenos valorizam o esforço dos pais para a aquisição de um produto, assim como o relacionamento que elas têm com as brincadeiras.

Antigamente, existiam datas ansiosamente aguardadas pelas crianças para que pudessem ganhar um brinquedo novo. O presente vinha belamente empacotado e, quando recebido, era valorizado, cuidado com zelo e, com ele, seu dono passava dias a fio envolvido nas mais diversas brincadeiras que a criatividade lhe permitia. Atualmente, porém, existem tantas opções de brinquedos que o ato de ganhar um presente pode ser banalizado por parte da criança. Algumas chegam a ganhar uma lembrança destas a cada semana e, quando suas petições de compra são recusadas, o inconformismo e os escândalos públicos são certos.

Nós, pais e professores, nos preocupamos com as notas que as crianças tiram na escola, com as palavras que saem de suas bocas, com a forma como tratam os mais velhos, porém, esquecemos de educar para o consumo. Esta educação começaria com um presentear pontual, em datas específicas, que dessem à criança a sensação de valorização do brinquedo e de merecimento em ganhá-lo. Os pais devem deixar claro o motivo da compra para que o prazer da criança esteja na brincadeira proporcionada e não na sede de se ter algo a mais em um estoque de produtos que, num futuro próximo, será acrescentado ao lixo da humanidade.

. Por: Rosangela Percegona Borba, graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tem especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Universidade Tuiuti do Paraná e em Metodologia de Ensino pela Universidade Positivo. Especialista em Educação Infantil pelo Instituto de Educação do Paraná, possui MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Positivo. Atualmente, Rosângela Borba é coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Positivo.

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