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09/10/2010 - 09:46

O que queremos do Brasil pós-Copa e Olimpíada?

O país passará por uma grande “reforma” para receber a próxima Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos de 2016. Pesados investimentos serão feitos pela iniciativa privada e na esfera pública. Grandes obras nas áreas de infraestrutura, energia e comunicações dependerão de injeção de volumosos recursos pelo BNDES. Há no ar um sentimento de que todos ficarão um pouco “mais ricos” com a Copa e os Jogos. Mas nem tudo o que brilha são medalhas de ouro. Para o país como um todo, obviamente haverá enormes ganhos em termos de imagem, o que por si só justifica os gastos públicos. Na esfera privada, porém, não há espaço para aventuras.

Tudo deve ser muito bem planejado para evitar desembolsos com melhorias que, após o encerramento dos dois eventos, se transformem em “elefantes brancos”, trazendo mais problemas sociais e econômicos do que vantagens. Se o desafio já é complexo na área pública, onde nem sempre há o devido cuidado com a viabilidade dos projetos, na iniciativa privada, especialmente no setor de serviços, o cuidado com investimentos é ainda mais necessário. Qualquer passo deve ser acompanhado de garantias mínimas de retorno sobre o investimento.

Muito precisa ser feito para garantir o sucesso dos dois maiores e mais importantes eventos esportivos do mundo. Além das construções e reformas dos estádios, as cidades onde os jogos serão realizados precisam oferecer aos torcedores e turistas uma infraestrutura urbana capaz de atender à grande demanda. Serão necessários meios de transporte eficientes (ônibus, metrô e trem, entre outros), estacionamentos, alojamentos para atletas, hotéis etc.

Há de se ter o cuidado de mensurar e controlar o investimento em obras ou na ampliação de serviços que somente serão aproveitados durante a realização dos dois eventos e que depois não terão serventia comprovada. Hotéis que não terão mais o volume de hóspedes para compensar seu funcionamento, entrada de táxis em excesso no mercado e até estádios sem garantia de rentabilidade futura estão entre os casos que merecem atenção.

Em Port Elizabeth, na África do Sul, o Estádio Nelson Mandela Bay foi especialmente construído para a realização da Copa da África do Sul. Custou cerca de R$ 300 milhões. Encerrada a competição, o estádio está sem uso e a expectativa de que seja aproveitado, pelo menos o suficiente para justificar tal investimento, não é das melhores. Está prestes a se tornar um “elefante branco”, como tantas outras obras monumentais feitas sem planejamento e com o único escopo de servir a um evento esportivo.

Que isso nos sirva de lição, assim como os erros que já foram cometidos para a realização dos jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, em 2007, que demandaram gastos acima do planejado inicialmente (havia uma estimativa de R$ 800 milhões e o custo final foi de quase R$ 4 bilhões). E mais, depois de encerrada a disputa, poucos ganhos restaram para a cidade.

Mesmo que os nossos atletas não tenham o desempenho que deles desejamos, a torcida verde-amarelo espera principalmente que o país e a população brasileira ganhem com toda essa empreitada. O que vai mesmo importar, ao final de tudo isso, é o Brasil 2017!

. Por: Edmilson Sarlo Americano, vereador (PHS) da cidade de Guarulhos e presidente da Guarucoop

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