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15/10/2010 - 09:26

Estudo do BID avalia impacto das agências de exportação

Estudo do BID examina as agências de promoção de exportações na América Latina e Caribe e seu impacto sobre os volumes de vendas para os países e empresas fora da região.

Os organismos de exportação da América Latina e Caribe têm sido bem sucedidos no apoio à diversificação e expansão das exportações, mas seria mais eficaz, segundo novo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O estudo recomenda que as agências avaliem melhor os impactos de suas atividades, permitindo-lhes adaptar-se às necessidades de seus clientes. "Precisamos de avaliações sistemáticas e regulares para obter o melhor impacto possível das agências sobre o potencial de exportação de seus países", disse Chris Volpe, autora do estudo.

A arquitetura institucional da promoção das exportações determina a sua eficácia, conlui o estudo. Os organismos de exportação do Chile, México, Colômbia e Costa Rica têm suas próprias representações no exterior, enquanto outros países como Argentina, Peru e Uruguai têm que recorrer a suas embaixadas e consulados.

A abertura de um escritório de promoção de exportações no exterior se reflete no aumento das exportações em 5,5 vezes maior do que o estabelecimento de uma nova embaixada ou consulado responsável por essa tarefa, diz o livro dos mercados "Odisséia Internacional" de 250 páginas.

Em média, as agências de exportação na região tem gerado aumento das exportações em 47 setores econômicos. Em contrapartida as missões diplomáticas têm ajudado a aumentar as exportações em apenas 12 setores, especialmente produtos de valor agregado, como sapatos ou máquinas especializadas.

Quanto ao México, os cálculos mostram que, em média, abrindo um novo escritório da agência ProMexico poderia aumentar o número de produtos vendidos no exterior em oito setores e países de destino.

"Isto não significa que os países devem inundar o mundo com agências de promoção das exportações", disse Christian Volpe. "Os responsáveis pelas políticas públicas do setor precisam avaliar com cuidado o que é mais adequado, pois há casos em que uma missão diplomática pode ter um desempenho tão bom quanto o de uma agência de exportação. Em alguns casos é melhor fortalecer as competências comerciais de uma missão diplomática. Outras medidas incluem uma melhor coordenação entre as missões diplomáticas e as respectivas agências de promoção das exportações do país, promover a capacitação e trazer compradores potenciais para o próprio país".

O comércio internacional é um mecanismo fundamental para o desenvolvimento. Nas últimas duas décadas, a concorrência se tornou muito difícil, depois do aparecimento de "gigantes comerciais" da Ásia. Agências de promoção das exportações tornaram-se agentes-chave para ajudar as empresas a dar um salto no mercado externo, ajudando a superar a falta de conhecimento das condições para os negócios, além de suas fronteiras. "As agências são como um GPS que orienta as empresas pelas vias desconhecidas que implica os mercados internacionais", diz Volpe.

A promoção das exportações tem sido bem sucedida na América Latina e no Caribe. As empresas e países tem diversificado as exportações, especialmente na indústria manufatureira.

O estudo avalia a eficácia das atividades de promoção de exportações realizadas no Peru, Costa Rica, Uruguai, Chile, Argentina e Colômbia, durante o período de 2000-2007. Os cálculos mostram que, por exemplo, no Peru, a taxa de crescimento das exportações foi 17% mais elevada para as empresas que contaram com o apoio da PROMPEX/PROMPERÚ. Em relação ao número de países e o número de produtos, as taxas de crescimento foram de 7,8% e 9,9% maior, respectivamente.

De fato, as agências ajudam a diversificar as exportações facilitando as vendas externas de uma maior variedade de produtos em um número maior de países, ao invés de simplesmente ajudar a gerar um maior volume de exportações de um mesmo produto ou ao mesmo país importador. Assim, na Costa Rica, empresas que vendem produtos mais sofisticados no exterior e que recebem assistência do PROCOMER apresentaram taxas de crescimento das exportações e do número de países de destino de 15,3% e 8,5% maior, respectivamente.

O efeito das medidas de promoção das exportações é maior nas pequenas e médias empresas e aquelas com pouca exposição ara os mercados internacionais. Na Argentina, as pequenas empresas que receberam apoio pela primeira vez, registraram uma taxa média de crescimento das exportações 13,9% maior no período de 2002-2006 e médias empresas, 28,7% maior. Em termos de mercados de destino, o aumento foi de 18,5% e 26,4%. Isso mostra o potencial de um país como o México, onde existem 30 mil micro e pequenas empresas, que em média exportam a 1,2 e 2,2 países respectivamente, principalmente neste hemisfério, com um valor total de mais de US$ 5 bilhões.

O estudo mostra também que as agências de promoção de exportações são muito mais eficazes quando apoiam todo o processo de exportação, desde o fornecimento de informações, capacitação e suporte a missões empresariais ou feiras comerciais até a assistência na coordenação de reuniões de negócios com potenciais compradores. Um exemplo disso são as empresas colombianas que receberam serviços da Proexport e alcançaram um crescimento nas exportações e nos países compradores de 17,7% e 11,7% maiores respectivamente, em relação a seus pares que receberam apenas um serviço.

No Brasil, a Agência Brasileira de Promoção das Exportações (APEX) segue esta linha, oferecendo orientação, informações gerais e específicas do mercado, aconselhamento, inteligência e assistência técnica, missões, feiras, contatos de negócios específicos, consórcios e assistência na procura de financiamento.

"A concepção de programas de promoção do comércio exterior é um fator determinante na sua eficácia. Os resultados do estudo apresentam algumas recomendações gerais que ajudarão as agências a melhorar seus instrumentos e programas e como resultado sua relevância para o desenvolvimento da exportação dos países da Região", concluiu Volpe.

"Odisséia nos mercados internacionais" é uma publicação do Setor de Integração e Comércio do Vice-Presidente de conhecimento e setores do BID.

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