Reutilização da fibra do coco é aposta de estudantes da ETFG do Sebrae de Minas

Belo Horizonte - Sinal dos tempos. Se na Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG) do Sebrae de Minas os alunos aprendem a ser empresários, as jovens Paula Caetano, Jéssica Dutra, Luciana Lamas e Tainah Godoy mostram que em um futuro próximo isso implicará também a preocupação com o meio-ambiente. Com 16 anos, cursando a 2ª série do ensino médio, elas criaram o projeto de uma empresa de fabricação de manta de fibra de coco, a chamada biomanta.

O material reutiliza os restos da fruta abundante no litoral brasileiro para evitar erosão e recuperar encostas. "Queríamos partir de alguma coisa que fosse boa para sociedade", conta a estudante Tainah Godoy.

As mantas são utilizadas para ajudar a estabilizar e devolver a vegetação de áreas de mineração, onde surgem encostas. O material é biodegradável e, com o tempo, se integra ao terreno. "O mercado é grande, já que Minas Gerais é muito rica em minério de ferro", explica a aluna da ETFG.

A princípio as alunas pensavam em investir na fabricação de xaxins com a fibra, já que a extração dos tradicionais, que são uma espécie da flora brasileira em extinção, foi proibida. "Verificamos que o produto não tinha boa venda no comércio e que já existiam muitas empresas produzindo", conta Tainah.

Elas então souberam da biomanta e perceberam que o mercado é convidativo. O uso do material é recente, está do mercado há apenas cinco anos, o que dava ao grupo mais uma vantagem competitiva, a de ter um produto inovador. "Segundo nosso estudo, o mercado cresce cerca de 20% ao ano", afirma Tainah.

A empresa criada pelas estudantes, batizada de Fibraco, agora procura investidores para partir para a prática. Segundo elas, o montante necessário é de R$ 2,8 milhões. A previsão de retorno para o investimento é de 60 meses. | Por: Eliza Caetano/Sebrae-MG.