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20/10/2010 - 04:06

ONU lança “As Mulheres do Mundo 2010”

Relatório destaca progressos na escolarização, saúde e participação econômica das mulheres, mas mostra também desigualdade de gênero na vida pública.

Nova York— As Nações Unidas lançam no dia 20 de outubro (quarta-feira) “As Mulheres do Mundo 2010”: Tendências e Estatísticas, uma compilação única contendo os mais recentes dados que documentam os progressos alcançados pelas mulheres em todo o mundo em oito áreas: população, família, saúde, educação, trabalho, poder e tomada de decisões, violência contra as mulheres, meio ambiente e pobreza.

Na introdução do livro, o secretário-geral das ONU Ban Ki-moon afirma que As Mulheres do Mundo de 2010 “conclui que progresso no sentido de garantir a igualdade entre homens e mulheres tem sido feito em muitas áreas, incluindo o acesso a escola, saúde e participação econômica. Ao mesmo tempo, deixa claro que muito mais precisa ser feito, em especial para fechar a desigualdade de gênero na vida pública e para evitar as muitas formas de violência a que são submetidas as mulheres”.

“Espero que a presente publicação seja usada para promover um ambiente que garanta a igualdade de tratamento entre todos os homens e mulheres e melhore significativamente a situação das mulheres no mundo”, escreveu Sha Zukang, o subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais no prefácio do livro. “Ele também deve servir de modelo para criar perfis estatísticos similares em países, regiões, províncias e regiões, apoiando assim o desenvolvimento de políticas”.

“Este relatório é divulgado hoje por ocasião do primeiro Dia Mundial da Estatística, já que demonstra como as estatísticas oficiais podem fornecer aos formadores de opinião dados úteis e imparciais. Quinze anos após a Conferência de Pequim sobre a Mulher, as estatísticas continuam a ajudá-los em seus esforços para promover a igualdade de gênero em nível mundial”, afirmou Paul Cheung, diretora da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas que produz esse relatório a cada cinco anos desde 1991.

Alguns dados do “As Mulheres do Mundo 2010”: População e famílias - Existem aproximadamente 57 milhões mais homens que mulheres no mundo. Em 2010, algumas regiões têm uma “escassez” óbvia de homens, enquanto outras de mulheres. Em geral, a Europa é o lar de muitas mais mulheres do que de homens. Em contraste, alguns dos países mais populosos têm “falta” de mulheres. A China tem uma proporção de 108 homens por cada 100 mulheres, na Índia são 107, no Paquistão e em Bangladesh, 106 e 102.

Embora a proporção de mulheres com 60 anos e superior a esta idade seja acima de 50% em todas as regiões, na Europa Oriental é muito mais elevada, com 63%. Na África Austral, a proporção também é elevada, com aproximadamente 59% .

Enquanto a proporção de mulheres casadas com 15 anos ou menos é geralmente muito baixa, na Nigéria é de cerca de 20%.

Saúde - As mulheres são mais propensas do que os homens a morrerem de doenças cardiovasculares. Globalmente, estas doenças foram a principal causa de morte em 2004: cerca de 32% das mulheres e 27% dos homens morreram de doenças cardiovasculares naquele ano.

Apesar do aumento na proporção de mulheres que receberam assistência pré-natal, a África Subsaariana sozinha registrou 270 mil mortes maternas em 2005, isto é, metade das mortes maternas no mundo.

No Panamá e México, respectivamente, 36 e 34% das mulheres foram considerados obesas. Catar e Emirados Árabes Unidos tiveram, respectivamente, 45 e 31% das mulheres consideradas obesas.

Na maioria dos países, houve pouca diferença na proporção de meninas com baixo peso e os meninos, sugerindo que não há diferença no estado nutricional entre os sexos.

Educação - Em nível global, a taxa de meninas em idade escolar matriculadas na escola primária aumentou de 79 para 86% no período de 1999 a 2007. Mas na África Ocidental e Central existia uma das menores taxas do mundo, com menos de 60% das meninas em idade escolar, matriculadas na escola.

Na virada do milênio, um número estimado de 105 milhões de meninos e meninas em idade escolar em todo o mundo não estavam matriculadas na escola. Esse número baixou para cerca de 72 milhões até 2007, representando um declínio de 31%. As meninas representam 54% das crianças em idade escolar fora da escola (58% em 1999). A proporção de meninas fora da escola é maior nos Estados Árabes: 61%.

No ensino superior, o domínio dos homens foi invertido em nível global e o equilíbrio entre os sexos mudou em favor das mulheres, exceto na África Subsaariana e na Ásia Meridional e Ocidental.

A divisão de gênero digital é generalizada. Em geral, é mais pronunciada entre os países menos desenvolvidos, com baixa penetração de Internet, embora também seja evidente em vários países desenvolvidos, com alta penetração de Internet.

Trabalho - Mulheres entre 25 e 54 anos agora têm maior taxa de participação no mercado de trabalho na maioria das regiões, em comparação com os anos de 1990.

Os salários das mulheres representam entre 70 e 90% dos salários de seus colegas masculinos.

“O emprego vulnerável” – trabalho por conta própria e contribuição para o trabalho familiar – é predominante na África e na Ásia, especialmente entre as mulheres. Esses trabalhadores sofrem com a precariedade e falta de redes de segurança.

As mulheres ainda são raramente empregadas em trabalhos com status, poder e autoridade, e em ocupações tradicionalmente masculinas.

A maternidade continua a ser uma fonte de discriminação no trabalho. Mesmo com a legislação protegendo a maternidade, muitas mulheres grávidas ainda perdem seus empregos, e processos nesta área são comuns nos tribunais.

Poder e tomada de decisão- Chefes de Estado ou de Governo são cargos que ainda são quase que “imperceptíveis” para as mulheres. Em 2009, apenas 14 mulheres no mundo ocupavam estas posições.

Em apenas 23 países, as mulheres compõem uma massa crítica – mais de 30% – na câmara baixa de seu Parlamento nacional.

Violência contra a mulher - As mulheres são submetidas a diversas formas de violência: física, sexual, psicológica e econômica – tanto dentro como fora de suas casas.

Taxas de mulheres vítimas de violência física pelo menos uma vez na vida variam 12% a mais de 59%, dependendo de onde vivem.

A mutilação genital feminina mostra uma ligeira diminuição na África.

Meio ambiente - As mulheres nas zonas rurais da África Subsaariana são geralmente responsáveis pela coleta de água. Uma viagem de ida e volta para a fonte de água leva em média uma hora e 22 minutos em áreas rurais na Somália e uma hora e 11 minutos em áreas rurais na Mauritânia.

A maioria das famílias na África Subsaariana e no Sul e Sudeste da Ásia utilizam combustíveis sólidos para cozinhar ou fogões tradicionais sem chaminé, afetando desproporcionalmente a saúde das mulheres.

Pobreza- As famílias de mães solteiras com filhos pequenos têm mais probabilidade de serem pobres do que os pais monoparentais com filhos jovens.

As leis existentes limitam o acesso das mulheres à terra e outros tipos de propriedade, na maioria dos países da África e cerca de metade dos países da Ásia. Elementos da desigualdade de gênero no que diz respeito aos direitos de herança foram identificados em 45 dos 48 países africanos analisados e em 25 dos 42 países asiáticos.

. [O relatório será colocado online: http://unstats.un.org/unsd/demographic/products/Worldswomen/WW2010pub.htm ] [www.unicrio.org.br ].

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