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03/07/2007 - 10:08

“Café com Torradas”, “Francisco Pés após Pés”


“Café com Torradas”, com Gero Camilo, direção e atuação: Marcello Airoldi - Fulano, numa manhã qualquer de sua vida, tem seu precioso sono interrompido por batidas em sua porta. Irritado com a ousadia do estranho recusa-se a abri-la, apresentando as mais divertidas e absurdas justificativas.

“Francisco Pés após Pés”, com Rogério Tarifa, direção e atuação: Rogério Tarifa - Um homem, um peixe vivo e um avião. Todos refugiados na última casa da cidade que até o fim do espetáculo será demolida.

Reestréia no dia 6 de julho, com temporada: até o dia 31 de agosto, sextas-feiras às 21h - Ingressos: R$ 20,00. Não haverá espetáculo no dia 20 de julho, no Casarão da Escola Paulista de Restauro, Rua Major Diogo, 91, Bela Vista, São Paulo – SP Telefones: (11) 3101-9645, capacidade de 30 lugares, duração: 100 minutos, censura: 14 anos. Site: www.marceloairoldi.com.br

Exposição “Pés Após Pés”- Após cada espetáculo o público poderá visitar a exposição “Pés Após Pés” contendo aquarelas pintadas pelo artista em diálogo com o espaço do albergue, seus moradores e o processo de ensaio da peça.

O Fulano e o Francisco... A porta simboliza, na maioria das tradições, o local de passagem entre dois estados: luz e trevas, o tesouro e a pobreza extremos, por exemplo. É também acesso à revelação, representa a divisão entre sagrado e profano.

Este pequeno texto serve para introduzirmos nossos dois personagens e falar das diferenças que os deixam tão próximos.

Fulano é um homem que vive fechado em seu próprio mundo, por assim dizer. Isso resume o caráter de nosso primeiro personagem. Não à toa, chama-se Fulano, é o representante de uma parcela considerável de fulanos e cicranos e beltranos, que habitam a cidade, burocrática, imensurável, confusa.

É um pequeno burguês interessado em seu próprio umbigo e em administrar suas pequenezas. Não se reconhece no outro, aliás, não há outro, apenas o pronome pessoal de primeira pessoa, o famoso e egocêntrico eu. Ele está errado? Apenas vive o seu dia a dia, como quer e acha que tem de ser o seu cotidiano, cheio de pessoalidades.

Francisco, um morador de rua, é um homem que resolveu parar. Diferente de Fulano prefere ter companhia: um peixe e um avião.

Num estado de lucidez profunda resolve parar, habita a última casa da cidade que será demolida até o final do espetáculo assumindo a vida que lhe resta com intensidade e força, aparentemente insanas.

Ao contrário de Fulano, ele tem de assumir seu eu, porque não lhe resta o outro. O desequilíbrio entre Fulano e Francisco é a lei de ação e reação que rege a vida, a cidade. Se Fulano é incapaz de abrir a porta para um desconhecido que bate, pode estar trancando Francisco do lado de fora. São homens comuns com quem convivemos e nos espelhamos.

Os espetáculos falam de homens que não olham e dos que não são vistos. Cegos de alma e de almas usurpadas. O projeto acaba por formar um elo entre personagens que coabitam a mesma cidade, talvez a mesma rua, mas que jamais se conhecerão. Ou ainda pior, jamais se reconhecerão.

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