Promessas sem fim

Com o segundo turno para eleição presidencial somos, de certa forma, obrigados a estender um pouco mais a discussão sobre o assunto. Afinal, são inúmeras propostas que impactarão a vida dos cidadãos nos próximos quatro anos. Em meio a muita discussão e acusações, o fato é que certos temas se tornaram centrais na briga pelo voto. E a segurança pública é um deles, sendo explorado por ambos os candidatos. Algo positivo por um lado, mas preocupante por outro, afinal já “vimos esse filme” e de concreto pouca coisa mudou nos governos anteriores. Já passou da hora do país tratar esse assunto com seriedade.

Diante de tantas promessas, uma medida vem sendo tratada como “a menina dos olhos” para ser implantada em todo o país: as UPPs do Rio. Já comentamos em outra ocasião que essa iniciativa é, efetivamente, promissora, marcando uma nova era na relação entre comunidade e polícia, porém devemos lembrar aos nobres candidatos que segurança pública é muito mais abrangente do que policiamento. Está ligada, por exemplo, a manutenção do patrimônio urbano, iluminação e sinalização. É boa saúde para a população, com hospitais funcionando, clínicas para dependentes químicos e atendimento decente. É ainda, acesso à educação e cursos profissionalizantes. É emprego para todos, moradias dignas e muito mais.

Está claro que os nossos políticos insistem em “jogar pra galera”, priorizando o que dá visibilidade na mídia. Não por acaso boa parte dos eleitores se rendeu a simplicidade da Marina Silva que mesmo após as eleições demonstrou coerência, optando pela neutralidade e fugindo do oba oba peculiar da lamentável classe política brasileira.

. Por: Marcos Espínola, advogado criminalista