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27/10/2010 - 09:05

Governo e indústria de saúde querem agilizar processo de inovação

Seminário, promovido pela ABDI, mostra que Brasil possui rede estruturada para desenvolvimento de projetos envolvendo nanotecnologia.

A indústria precisa melhorar iniciativas em inovação e o governo quer acelerar o processo de regulação, sem perder parâmetros de qualidade. Esses são alguns dos desafios discutidos durante o seminário "Áreas Estratégicas na Indústria da Saúde", que reuniu representantes do governo federal com mais de 100 indústrias do setor, em São Paulo. O debate, promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento industrial (ABDI), tem como objetivo a elaboração de uma agenda de ações em pesquisa, desenvolvimento e inovação com aplicações de nanotecnologia no setor de medicamentos, produtos médicos e odontológicos. Hoje, no País, 170 empresas desenvolvem projetos em nanotecnologia e 52 centros de pesquisa atuam com trabalhos envolvendo esse tipo de tecnologia - de acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

"A nossa proposta é fortalecer a interação entre os vários atores do complexo industrial da saúde e mostrar que é possível inovar no Brasil com o uso de nano e biotecnologia", disse a líder do projeto de Fármacos e Medicamentos da ABDI, Cleila Pimenta, durante a abertura do seminário. O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Omilton Visconde Júnior, deu início ao encontro e chamou atenção para o momento econômico do País como favorável para o desenvolvimento do parque industrial de saúde instalado no Brasil. "É preciso aproveitar esse momento fazendo os investimentos necessários em inovação, que é a força da evolução em qualquer área", declarou o presidente.

O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, ressaltou a necessidade de preservar um ambiente de diálogo, como vem sendo gerado a partir da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Governo Federal. "Nano e Biotecnologia são grandes oportunidades de desenvolvimento para o País e a Anvisa tem o dever de amparar essa política estando aberta ao diálogo com o setor produtivo", afirmou Barbano. Segundo ele, a questão da regulamentação é central nesse assunto.

O representante da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos e Hospitalares (Abimo), Márcio Bósio, destacou que é preciso acertar o passo entre pesquisa e o desenvolvimento de equipamentos mais eficientes e baratos para a população, incorporando a nano e a bioecnologia. Segundo ele, a regulamentação tem papel fundamental para garantir qualidade, mas "o governo tem o desafio de tornar mais ágil suas próprias análises".

Gabriel Tannus, representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que o Brasil tem capacidade de inovar, sendo preciso difundir os instrumentos de apoio a iniciativas na área. "Somos uma indústria importadora e precisamos mudar esse caminho", observou.

Dados do MCT mostram que os investimentos do governo em nanotecnologia foram crescentes entre 2004 e 2008, com uma média de R$ 12 milhões ao ano, com queda em 2009 devido à crise financeira internacional. O Brasil precisa retomar e aumentar os investimentos em projetos como aplicação de nanotecnologia. O mercado mundial com relação a esse tipo de tecnologia está em expansão e o País não pode ficar atrasado" afirmou Mário Baibich, representante do MCT. Ele informou que a União Europeia domina o mercado com direcionamento de recursos para projetos em nanotecnologia, seguidos da Rússia e, em terceiro lugar, estão Estados Unidos e China competindo no mesmo patamar. "Queremos que o País entre como um dos líderes nesse ranking, de forma a inserir a nano como fator de competitividade para o setor nacional", acrescentou Baibich.

William Waissman , pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em sua palestra propôs que o Estado seja coautor no processo de regulamentação de inovações pela indústria em relação a nanotecnologia. Ou seja, que haja a interação dos vários agentes envolvidos como indústria, centros de pesquisa, servicos em saúde e governo. Ele ressaltou ainda a importância de um trabalho de conscientização da população para que não haja preconceito em relação a nova tecnologia.

Financiamentos para inovações em saúde - Sobre o tema "Fontes de Financiamento e Infraestrutura, o representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) explicou a importância de iniciativas como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde - que existe desde 2004 e tem como foco o financiamento de projetos de inovação e adequação de boas práticas de fabricação. Segundo ele, entre os desafios da cadeia farmacêutica estão a criação de um ambiente empresarial profissionalizado, a necessidade de investimentos para um rápido acúmulo de competências para inovação e o deficit da balança comercial - que deve ser visto como uma oportunidade de fortalecimento da cadeia nacional e substituição competitiva de importações.

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