Itaú Unibando atinge lucro líquido de R$ 3,03 bilhões, crescimento de 33,8% no 3T10

Com inadimplência em queda.

São Paulo - Gastos maiores com integração de agências e o conservadorismo no provisionamento para perdas fizeram o Itaú Unibanco reportar um lucro levemente menor do que o esperado por analistas no terceiro trimestre, mesmo com a expansão e a melhora de sua carteira de empréstimos.

Mas isso não impediu o banco de fechar o período com lucro líquido de 3,03 bilhões de reais, um aumento de 33,8 por cento em relação ao apurado em igual etapa de 2009.

O resultado superou os 2,5 bilhões de reais do Bradesco, divulgados na semana passada, dado apontado pela Economática como o maior lucro já registrado por um banco brasileiro de capital aberto no período de julho a setembro.

Em termos recorrentes, o lucro do Itaú Unibanco foi de 3,158 bilhões de reais. A previsão média de 11 analistas consultados pela Reuters apontava para um lucro recorrente de 3,3 bilhões de reais.

No final de setembro, a carteira de crédito do Itaú Unibanco, incluindo avais e fianças, era de 313,19 bilhões de reais, um alta de 16,6 por cento em 12 meses. O avanço foi puxado pelo segmento de micro, pequenas e médias empresas, que cresceu 30 por cento no período. A carteira de varejo avançou 15,9 por cento, para 118,8 bilhões de reais.

O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias, ficou em 4,3 por cento, ante 4,6 por cento no final de junho e dos 5,9 por cento no terceiro trimestre de 2009. Foi o menor índice desde o quarto trimestre de 2008.

Para o diretor corporativo de controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderon, o cenário benigno deve continuar nos próximos trimestres.

"As taxas de inadimplência devem cair um pouco mais na margem", disse, em teleconferência com jornalistas. O executivo também previu um crescimento da ordem de 15 por cento da carteira de crédito do banco em 2011.

As despesas com provisões para perdas com crédito alcançaram 4,069 bilhões de reais, montante 5,3 por cento menor em 12 meses, porém levemente superior aos 4,02 bilhões de reais do segundo trimestre deste ano.

Receita com serviços - Um item que ajudou a incrementou o resultado do Itaú no trimestre foram as receitas com serviços, que somaram 4,45 bilhões de reais, 15,5 por cento maiores na comparação anual.

Por outro lado, as despesas não decorrentes de juros do banco subiram a 7,975 bilhões de reais, 15,7 por cento a mais na comparação anual, devido aos gastos com migração de agências e ao aumento de salários por causa da convenção coletiva.

De acordo com Calderon, concluída a integração das agências do Unibanco à base do Itaú, o grupo tende a ter ganhos maiores com sinergias da fusão, movimento que só deve ser observado integralmente a partir de 2012.

O retorno líquido sobre patrimônio líquido anualizado do banco ficou em 21,6 por cento no trimestre, abaixo dos 23,4 por cento do trimestre anterior, mas acima dos 18,9 por cento de um ano antes. O retorno recorrente ficou em 22,5 por cento.

Os ativos totais do banco em 30 de setembro somavam 686,248 bilhões de reais, um avanço anual de 12,06 por cento.

Internacionalização - O diretor corporativo de controladoria do Itaú Unibanco disse ainda que o banco mantém seus planos de internacionalização, mas isso pode não acontecer logo. Nos últimos trimestres, o presidente-executivo do banco, Roberto Setubal, tem dito que o avanço do banco no exterior deveria acontecer após o fim do processo de integração de Itaú e Unibanco.

"Não estamos com pressa. Os ativos no exterior estão caros", afirmou Calderon.| Aluísio Alves/Reuters.