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10/11/2010 - 10:57

Exportações de couros movimentam US$ 137,2 milhões em outubro, mas ficam abaixo da média


As exportações brasileiras de couros registraram US$ 137,2 milhões em outubro, atingindo US$ 1,44 bilhão no acumulado dos dez meses do ano, a uma média mensal de US$ 144 milhões. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base na prévia da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.

“Infelizmente, conforme prevíamos, os embarques dos meses de setembro (US$ 127,7 milhões) e outubro ficaram no patamar abaixo da média mensal, e o mesmo deverá ocorrer neste último bimestre. Com o enfraquecimento cada vez mais agudo do dólar em relação ao real, deveremos fechar o ano com exportações na faixa entre US$ 1,65 e US$ 1,7 bilhão, conforme nossa estimativa inicial”, explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Segundo o executivo, o fato é que em 2010 a indústria brasileira do couro não conseguiu recuperar o preço médio das vendas do ano pré-crise mundial, quando o setor registrou exportações em torno de US$ 170/180 milhões por mês.

“Em volume, de janeiro a outubro, exportamos 20,6 milhões de couros, superando a quantidade embarcada no mesmo período de 2008 (19,6 milhões de unidades) e 2009 (17,2 milhões de peças). Sem dúvida, o que mudou, para pior, foi a composição dos nossos embarques, prejudicando o desempenho das exportações”, observa.

Wolfgang Goerlich analisa que, excluindo-se 2009 (ano cuja crise foi aguda), no período acumulado até setembro deste ano, o Brasil embarcou quase um milhão (810.387) de couros acabados (de maior valor agregado) a menos que em 2008, aumentando as exportações somente de produtos de menor valor como os couros crust (475.289 unidades), wet blue (1.147.014) e salgados (178.549).

“As razões deste cenário desalentador e totalmente contrário aos nossos esforços decorrem, sobretudo, da perda da competitividade da indústria brasileira de transformação, causada pela supervalorização do real que se tornou uma doença econômica, quadro agravado pelas causas já conhecidas do ‘Custo Brasil’ – altas taxas de juros, abusiva carga tributária, falta de crédito para capital de giro, excessiva burocracia”, explica.

Para o executivo, que também preside o International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes,) o problema cambial atinge todo o setor exportador, e apesar de sua gravidade, o segmento couro continua ocupando a quinta posição dos produtos semimanufaturados exportados do Brasil. O setor até aumentou sua participação no total de todas as exportações brasileiras durante os primeiros 10 meses de 2010, totalizando 0,9% contra 0,7% em 2009.

“Neste sentido, esperamos que os ministros da área econômica consigam encontrar meios para contornar a ameaça de uma desindustrialização, de modo que o couro brasileiro possa retornar a exportar com todo vigor atingindo e até superando os valores atingidos na época antes da crise econômica de 2008/2009”, assinala Goerlich.

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