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11/11/2010 - 09:59

Desenvolvimento Regional e Geração de Energia no Brasil

No XIII Congresso Brasileiro de Energia.

O fornecimento de energia elétrica está garantido no Brasil pelos próximos 130 anos. A afirmação partiu de Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Ministério de Minas e Energia (MME), durante a primeira mesa redonda realizada na manhã desta quarta-feira no XIII Congresso Brasileiro de Energia, sobre o tema Desenvolvimento Regional e Geração de Energia no Brasil. “A hidrelétrica é e continua sendo a mais importante fonte de energia para o país e o maior potencial se concentra na região Norte”, acrescentou Ventura Filho.

Os depoimentos dos participantes da mesa coordenada pelo professor Marco Aurélio dos Santos, do Programa de Planejamento Energético (PPE), da Coppe/UFRJ, apontam para um futuro confortável no país em termos de geração de energia. Para atender a demanda dos próximos 20 anos, o Brasil terá de dobrar sua capacidade instalada, patamar que poderá ser atingido com os 180 mil megawatts gerados na Amazônia, mesmo considerando que 40% do território estão em Unidades de Conservação e em terras indígenas. “O Brasil será a potência energética do século 21”, repetiu seu mantra Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética do MME.

O otimismo se justifica. O futuro potencial amazônico se concentra nas usinas a fio de água de Jirau e Santo Antonio e na construção de Belo Monte no Rio Xingu, cuja potência será de 11.233 MW. O projeto original foi reduzido para uma área de 516 km² e as usinas originalmente projetadas a juzante de Belo Monte não serão mais construídas. “Hoje as usinas são feitas com menos área de reservatório, o que reduz a capacidade, mas causa menos danos ao meio ambiente”, esclareceu Tolmasquim.

Ventura Filho chamou a atenção para a importância que fontes alternativas como a bagaço da cana e a energia eólica estão conquistando na matriz energética brasileira. “O bagaço é uma fonte que sequer aparece no resto do mundo”, ressaltou. Tolmasquim completou o raciocínio, ao lembrar que essas duas fontes estão ajudando a complementar as lacunas deixadas no sistema interligado durante os períodos de seca, embora ainda não sejam suficientes para substituir as termelétricas.

Sobre este tema, a boa nova veio de José Alcides Santoro, gerente executivo de Operações e Participações em Energia da Petrobras. Segundo explicou, a partir de 2003 a estatal investiu R$ 29 bilhões para construir a rede integrada aos gasodutos já existentes, que hoje abastece o país do Oiapoque ao Chuí. Além disso, usinas da região Norte, como Tambaqui e Manauara, foram convertidas de óleo diesel para gás natural. Com isso, se 87% da energia gerada na região de Manaus era proveniente de derivados de petróleo, hoje o gás já representa 61% da matriz.

Antonio Otelo Cardoso, diretor técnico de Itaipu, “o coração do Mercosul”, encheu os olhos dos congressistas com informações que mostram atividades paralelas desenvolvidas pelo sétimo maior reservatório do país. Responsável pelo suprimento de 20% da energia no Brasil 95% no Paraguai, com capacidade instalada de 91.651 MW (2009), a usina sequestra 732.864.26 de toneladas de carbono/ano. Desenvolve, entre outras atividades sócio-ambientais, o programa jovem jardineiro, incentiva os esportes, sobretudo nas áreas de barragem, o plantio de ervas medicinais, promove educação ambiental e contribui para a sustentabilidade indígena.

O assessor da diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Waldyr Gallo, lembrou que o trabalho visando ‘Economia e uso Eficiente da Energia’, tema de sua palestra, deve ser um trabalho integrado entre diversos ministérios com objetivo de aumentar o uso de modais mais eficientes, especialmente para o transporte coletivo como metrô, VLT (ou bonde), trens e até mesmo ônibus, acompanhado de avanços no gerenciamento da mobilidade urbana.

Gallo destacou que o transporte individual (carros particulares) são responsáveis por 76% do consumo de energia nas cidades. Por isso, acredita que o transporte público elétrico deve ser incentivado antes de os carros particulares, que transportam menos pessoas e podem gerar uma sobrecarga no consumo de energia elétrica. Ele destacou os programas de incentivo à eficiência no uso de combustíveis em produtos da linha branca como fogões e aquecedores a gás.

Gallo acredita que no caso de automóveis, cuja adesão das montadoras é voluntária, a tendência natural é a concorrência estimular cada vez mais adesões até quer naturalmente se torne obrigatória. No caso de transporte de cargas, ele recomenda maior atenção aos transportes hidroviários e ferroviário, já que o diesel corresponde por 46,8% do total de combustíveis usados e o transporte rodoviário 92%.

Vanda Alves dos Santos, gerente da Divisão de Gestão da Eficiência Energética do Procel/Eletrobras, relacionou os avanços do programa, que proporcionou uma economia de 37,5 bilhões de KW/h até 2009. Um dos destaques é o programa de gestão energética municipal, cujo prêmio será entregue em evento amanhã para a cidade de Guarulhos. No caso de iluminação pública, a eficiência já atinge 73%. O incentivo aos projetos de saneamento básico já selecionaram seis modelos eficazes, dos quais quatro viraram casos de sucesso a serem seguidos como exemplo. Vanda também destacou o programa de certificação em parceria com o Inmetro (selos de eficiência) para a linha branca (eletrodomésticos), que hoje incluem 28 categorias de equipamentos e chega a reduzir em até 36% o consumo (no caso de geladeiras, por exemplo). Ela adiantou que a certificação de edificações eficientes será ampliado no final deste mês para a área da construção residencial e lembrou que, pela primeira vez, a eficiência energética será incluída no Planejamento Energético Nacional.

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