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05/07/2007 - 09:13

Dias Branco deve comprar mais trigo na América do Norte em 2007

São Paulo - O M. Dias Branco, grupo número 1 do Brasil nos segmentos de biscoito e massas alimentícias, comprará um volume ligeiramente maior de trigo fora do Mercosul este ano, disse um executivo da companhia, que também é a terceira em moagem do país.

O vice-presidente de Investimentos e Controladoria do Dias Branco, Geraldo Luciano, citou o Canadá como a possível origem de eventuais novas compras na América do Norte e afirmou ainda que a empresa está com estoques elevados para enfrentar o período de entressafra na Argentina, de onde vem a maior parte da matéria-prima que utiliza.

"Não existe problema de abastecimento, existe problema de preço. Então vamos continuar comprando dos dois países que a gente sempre comprou, da Argentina e do Canadá", declarou Luciano à Reuters, por telefone.

Os preços internacionais do trigo têm flutuado perto do maior patamar em 11 anos.

Questionado se o Dias Branco vai precisar comprar mais trigo no hemisfério norte, ele afirmou: "Talvez este ano se compre um pouquinho mais fora do Mercosul, mas não é nada relevante não".

O Brasil intensificará a busca por origens alternativas neste semestre por causa da forte quebra de safra nacional em 2006 e de uma menor oferta na Argentina.

"A gente compra do Canadá com uma certa frequência, não é a primeira vez que se compra do Canadá", complementou ele, sem dar detalhes de um negócio recente. Segundo fontes do mercado, o Dias Branco foi um dos compradores de trigo canadense em junho, levando ao menos 25 mil de uma compra de 80 mil toneladas confirmada oficialmente pela Canadian Wheat Board.

Há mais de uma temporada o Brasil não registrava negócios com os canadenses. Compras de trigo fora do Mercosul são mais custosas para empresas brasileiras, uma vez que o frete é mais caro, mesmo para companhias com forte atuação no Nordeste, como é o caso do Dias Branco, e também pelo fato de haver impostos de importação e tarifas não incidentes sobre o grão argentino.

O representante da companhia, apesar de os registros de exportação estarem suspensos na Argentina em função da oferta escassa, disse acreditar que ainda haja algum volume do cereal no tradicional fornecedor. Outro trunfo contra os elevados preços num mercado de baixa oferta internacional do produto, segundo Luciano, são os elevados estoques da companhia.

"Estamos bem preparados, sempre trabalhamos com estoques elevados, o que facilita administrar os períodos de maior turbulência." A companhia, com moinhos em quatro Estados do Nordeste, tem capacidade de armazenagem de 210 mil toneladas de trigo, segundo o último relatório de resultados financeiros.

E a capacidade instalada de produção de farinha é de cerca de 1 milhão de toneladas, de acordo com o website da companhia, que informa ainda que em 2005 o grupo produziu 663 mil toneladas de farinha, pouco menos de dez por cento da produção anual brasileira (7 milhões de toneladas), que tem se mantido estável nos últimos anos.

Custos e repasse de preços - O executivo do Dias Branco, que lucrou 114,1 milhões de reais em 2006, ante 81,3 milhões de reais em 2005, afirmou que a estratégia de compras da companhia tem evitado um impacto negativo dos preços do trigo no desempenho da empresa, que abriu capital em outubro do ano passado e usa parte da farinha que produz para fabricar seus biscoitos e massas.

Mas ele declarou também que, diante da alta do trigo, fica impossível não repassar preços para a farinha.

"Quando é possível repassar, repassa, nem sempre isso é possível, porque o mercado é muito competitivo. Só que em um processo como aconteceu agora, de uma alta muito expressiva, aí não tem jeito, todo mundo tem que repassar mesmo, porque o peso do trigo na composição do produto final é muito alto", disse.

"Pode até não repassar a totalidade, mas tem que repassar."

O segmento de biscoitos responde por quase 50 por cento das vendas totais da companhia, seguido pelo setor de massas e pelo de farinha, que responde por aproximadamente 20 por cento do faturamento. A farinha de trigo é o principal insumo do segmento de massas e biscoitos da companhia, representando 62,2 por cento do custo de matéria-prima em 2006.| Por: Roberto Samora -Reuters.

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