Na Agrishow, técnicas de Sobrevivência na Caatinga

Saber identificar e utilizar como comestível os vegetais da caatinga, como a coroa de frade, que além de ingrediente de um saboroso doce, serve de recipiente para cozinhar sob o fogo, ou a cuca do umbuzeiro, que conserva pelo menos 1 litro de água em seu interior. Montar armadilhas para roedores, aves que servem para alimentação, e até inimigos ou, ainda, abrigos suspensos para a noite que se torna um pouco mais fria no sertão.

Esses são alguns dos ensinamentos do curso de Sobrevivência na Caatinga, apresentado pelo 72º Batalhão Motorizado de Petrolina na Agrishow do Semi-Árido, que prossegue até 7 de julho na cidade pernambucana. Por meio de uma trilha simulada de 100 metros, soldados com uniforme oficial diferenciado em couro marrom, que lembra a vestimenta dos vaqueiros, ministram parte do curso que oferecem para os militares do Brasil e até do exterior, durante 15 dias, na Fazenda Tanque de Ferro, no município.

Esse treinamento, que visa a educação ambiental, conta com dedicados profissionais, como o cabo Josenilton Rodrigues Santos. Biólogo de formação, ele também mostra as propriedades antissépticas da polpa do xique-xique, que pode ser mastigada e servir para limpar os dentes, graças a seu poder antisseptico e antibactericida, ou as hidratantes do joazeiro, cuja substância saponina, é muito utilizada pela indústria farmacêutica e de perfumaria, conhecida Juá.

Uma das maiores preocupações do exército, na região, é a preservação ambiental. Recentemente, Josenilton participou de um projeto de revitalização do São Francisco, em parceria com o IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente, em que fizeram um levantamento da vegetação do rio, desde a nascente ao oceano. “O objetivo é podermos comparar o antes e depois da transposição do S. Francisco, para medirmos as conseqüências para as várias espécies da região”, conta o cabo de 37 anos, que nasceu e viveu na caatinga. | www.abimaq.org.br