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17/11/2010 - 08:58

Especialista esclarece os principais mitos e verdades da distonia

Doença atinge 3,4 pessoas para cada 100 mil habitantes, segundo Ministério da Saúde.

São Paulo– Movimentos bruscos e involuntários dos membros, espasmos no pescoço e nos braços, tremores nas mãos e piscadas repetidas dos olhos. Essas são algumas das reações que, diariamente, acompanham a vida de mais de meio milhão de pessoas com distonia no país.

A distonia é uma doença neurológica, que produz contrações musculares involuntárias em determinadas regiões do corpo. A semelhança nos sintomas faz com que o problema seja confundido com o popular “tique nervoso”, que é manifestação semi-involuntária em que a pessoa consegue controlar o gesto.

Para esclarecer esse entre outros mitos relacionados à doença, o neurologista Flávio Sekeff Sallem, do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP), esclarece as principais dúvidas e explica como a toxina botulínica, aprovada pela Anvisa para uso terapêutico, pode ajudar na recuperação da qualidade de vida desses pacientes.

. A Distonia pode estar associada ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)? -Estas são duas condições relativamente comuns e podem ocorrer em um mesmo paciente, sem necessariamente haver relação entre elas. Mas em casos de TOC, o paciente que recebe medicações psiquiátricas pode apresentar quadros de distonia, quer sejam auto-limitados (distonias agudas) ou crônicos (distonia tardia).

.O problema atinge somente as mulheres? -Não. O problema atinge pessoas de todos os sexos, idades, classes sociais e raças.

. Se a doença não for tratada, pode prejudicar atividades simples do dia a dia como andar, dirigir, escovar os dentes e se alimentar? - Há casos em que desde o começo já existe este prejuízo das atividades diárias. Em outros, o quadro pode ser benigno a ponto de não levar a grandes prejuízos, mesmo quando não tratados. Há ainda casos em que doença evolui para grandes perdas funcionais.

. Ela tem cura? - Sendo uma doença de múltiplas causas, a maior parte é incurável, dependendo da causa apresentada. As distonias causadas por medicações podem desaparecer sozinhas ou com uso de remédios apropriados. Já a distonia, que acompanha casos de paralisia cerebral, não tem cura. Distonias pós-derrames cerebrais ou secundárias, as lesões cerebrais variadas podem raramente melhorar sozinhas. As distonias primárias, ou seja, sem causa definida e sem lesão cerebral ou medular, raramente podem melhorar ou mesmo desaparecer sozinhas ou com o uso de medicações, como a toxina botulínica.

. Não existem tratamentos para controlar a Distonia? - Há vários tratamentos, clínicos e cirúrgicos. O clínico mais importante, dependendo também da extensão (quantidade de membros ou músculos acometidos) é a toxina botulínica tipo A para tratar a distonia focal (de um segmento isolado do corpo, como o blefaroespasmo ou a distonia cervical). É considerada a medicação “padrão ouro” para o tratamento das distonias. Sua ação é sobre a placa motora, onde o nervo encontra o músculo, bloqueado a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina, levando a enfraquecimento muscular temporário.

. Quem tem distonia perde a total comunicação e a locomoção? - Nem sempre. Há casos onde isso ocorre como nas distonias de membros inferiores, generalizadas ou distonias da região oro-lingual.

. A doença impossibilita a pessoa de trabalhar? - Em alguns casos sim, como nas distonias generalizadas. Em outros casos, existem pacientes que não só trabalham, como praticam esportes.

. É um problema hereditário? - Alguns casos sim, mas a maior parte é primária sem história familiar, ou secundária a medicações ou lesões cerebrais. | Por quipe Burson-Marsteller – Agência de Comunicação Allergan

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