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18/11/2010 - 07:19

56ª Feira do Livro de Porto Alegre supera expectativas

Visitação de 1,7 milhão de pessoas e crescimento de vendas de 16% em relação ao ano passado são os destaques de 2010.

A maior feira de livros a céu aberto das Américas registrou aumento de número de visitantes e de vendas em 2010. De 29 de outubro a 15 de novembro foram comercializados 411.519 livros, o que representa uma expansão de 16% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira 17/11, no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul. Quando analisados por área, os números revelam peculiaridades, como o crescimento da Área Internacional em relação ao ano anterior com aumento de 50% nas vendas, isto é, 21.698 livros. Na Área Geral, o percentual de crescimento foi de 19%, com 300.762 livros; e na Área Infantil e Juvenil, o aumento foi de 2%, com 89.059 obras comercializadas.

A 56ª Feira do Livro de Porto Alegre também foi sucesso de público, com mais de 1,7 milhão de pessoas durante os 18 dias do evento. “A Feira é o momento culminante de uma série de programas de fomento à leitura realizada ao longo do ano pela Câmara Rio-Grandense do Livro. Os resultados desta edição refletem, afinal, que todos os esforços para promover a leitura valem à pena”, sintetiza João Carneiro, presidente da CRL. Entre as iniciativas mencionadas, destacam-se o Programa Adote um Escritor, o Fome de Ler e o Lendo para Valer, organizados em parceria com a Secretaria Municipal da Educação, Ulbra e Secretaria Estadual de Educação, que preparam os alunos e as escolas para o encontro com escritores e ilustradores nas escolas e durante a Feira do Livro.

A harmonia entre a Câmara Rio-Grandense do Livro e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre colaborou para que o andamento da Feira do Livro não fosse afetado pelas obras do Projeto Monumenta. Verificou-se que não houve interferência no fluxo de visitação. O Centro Histórico de Porto Alegre foi tomado pela Feira exatamente como em todas as outras 55 edições. O trabalho conjunto garantiu que um dos principais eventos culturais da cidade fosse mantido em seu espaço original e tradicional. Também a Feira foi realizada de modoa não prejudicar o andamento das obras do Monumenta com a criação da passarela que ligou a Rua dos Andradas à Rua Sete de Setembro. “Por fim, revelou-se também um espaço cultural. A passarela conseguiu unir arte e leitura com obra. Por que não uma obra literária?”, indagou o presidente da CRL ainda no dia 29 de outubro, na cerimônia de abertura da Feira.

Com o patrocínio da Brascril, o artista plástico André Venzon, aplicou frases em tapumes de obra que foram preenchendo o espaço ao longo dos dias. Por meio de uma promoção-relâmpago, internautas sugeriram nomes à passarela que acabou sendo batizada de Caminho das Letras. A vencedora foi Gisselle Simões, de Porto Alegre. Outra boa notícia que envolve a CRL e a Prefeitura é que, durante a 56ª Feira do Livro, em audiência com o Prefeito da Capital, foi instituído oficialmente o Grupo de Trabalho para dar encaminhamentos ao Plano Municipal do Livro e Leitura.

Outros olhares sobre a Feira – A dimensão da Feira do Livro de Porto Alegre também pode ser medida com outros olhares importantes, sobretudo quando se trata de programação totalmente gratuita. Em 2010, nos eventos destinados ao público adulto foram 293 ações realizadas com total de 20.135 participantes. Em palestras, foram 176 encontros com total de público de 11.147. Foram 71 apresentações artísticas, com público de 6.239 visitantes e 16 sessões de cinema com 1.600 espectadores. Nas 30 oficinas oferecidas, em67 módulos, foram1.149 participantes. Vale destacar que a programação foi possível pela presença dos 652 convidados palestrantes, mediadores e artistas, sendo 583 gaúchos, 56 de outros estados do país e 13 internacionais.

Na área de programação Infantil e Juvenil, concentrada no Cais do Porto, os números merecem apontamentos relevantes. Na programação sem agendamentos, o Teatro Sancho Pança recebeu 31 eventos com total de público de 13.020 pessoas. Foram três concertos musicais emocionantes: Orquestra Jovem do Sesi, OSPA e Concertos Comunitários Zaffari. No espaço Arena das Histórias, foram 30 contações diferentes para 4.590 crianças e adultos, que se divertiram e aprenderam mais sobre leitura e literatura. Foram ainda 57 eventos dentro do Ciclo A Arte Levada a Sério com 7.866 participantes. Nas oficinas dos espaços Ateliê de Imagem e Ducha das Letras, 115 inscritos participaram. As 25 sessões de autógrafos promovidas por escolas entre outras atividades no Largo da Escrita reuniram 6.900 pessoas. Corais, bandas, danças e outras manifestações de arte somaram 15 eventos no Deck dos Autógrafos. Além disso, a 6ª edição da Traçando Histórias – Mostra de Ilustração de Literatura Infantil e Juvenil recebeu mais de 4.000 visitantes que assinaram o livro, sem contar a visitação das escolas.

Também a área Infantil e Juvenil teve expressivos resultados para atividades com agendamento escolar. No Ciclo Autor no Palco – Encontros com escritores e ilustradores para alunos do Ensino Fundamental, no teatro Sancho Pança, foram 30 eventos com público de 13.824 pessoas. Na Arena das Histórias, foram 31 encontros e 6.364 pessoas. Já a Casa do Pensamento, com capacidade para 200 pessoas, recebeu 19 encontros e 3.296 visitantes. Os encontros para alunos da Educação de Jovens e Adultos e do Ensino Médio noturno totalizaram 12 eventos e 3.338 estudantes. No QG dos Pitocos para crianças em idade pré-escolar foram 20 encontros com autores e teatro de bonecos e um público de 1.707 crianças.

Na programação para educadores e para alunos na programação prévia e paralela à Feira, o total de eventos realizados foi de 236 com público de 87.616. Vale um registro para o sucesso do 11º Encontro de Organizadores de Feiras do Livro. Foram 75 participantes, inclusive representantes de cidades como Criciúma (SC) e Feira de Santana (BA).

Na Praça de Autógrafos, este ano ocorreram 672sessões. As mais concorridas e que formaram imensas filas de espera foram as dos autores Benjamin Moser, Thalita Rebouças, Luís Fernando Veríssimo, Santiago, José Antônio Pinheiro Machado (Anonymous Gourmet), Tarso Genro, Martha Medeiros, Ziraldo e Júlia Lemmertz com Cleodon Coelho. No Memorial do Rio Grande do Sul ocorreram 60 sessões de autógrafos e no Deck do Cais do Porto foram 56 sessões. O total ficou em 788 sessões.

Homenagens – Importantes homenagens também fizeram parte da programação da Feira do Livro de Porto Alegre, a começar pelo patrono da 56ª edição. O folclorista Paixão Côrtes, de 83 anos, participou intensamente do evento, em palestras, reconhecimentos, sessões de documentários e autógrafos, revelando as raízes do povo gaúcho. Mais que isso, Paixão também levou à Praça elementos originais da cultura do Estado e pessoas que nunca tinham ido à Feira ou saído de suas cidades. “Não é exagero afirmar que o Paixão ajudou a Câmara a colocar os livros no caminho de muitas pessoas que não se sentiam estimuladas para a leitura”, reconhece Carneiro.

Outro evento exemplar no estímulo à leitura, a Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, recebeu a Ordem dos Jacarandás, no dia 11 de novembro, no Memorial do Rio Grande do Sul. A comenda marcou o início das homenagens aos 30 anos do evento e suas 13 edições. “A Jornada merece permanente reconhecimento por ser exemplo e fonte de inspiração para quem trabalha de forma efetiva pela construção de uma sociedade leitora no País. Sabemos das dificuldades em realizar eventos na área literária, por isso, nosso reconhecimento a este movimento”, acentua João Carneiro, presidente da CRL.

Uma terceirahomenagem desta edição foi protagonizada pela simpatia de Amélia Marques. Esposa do jornalista Say Marques que há 56 anos idealizou o evento, ela recebeu uma placa condecorativa, no domingo, dia 14 de novembro, em cerimônia no Deck dos Autógrafos, no Cais do Porto. A visão de futuro e a persistência de Say Marques em seu projeto de levar os livros a um espaço público foram destacadas tanto pela CRL, quanto pelo patrono Paixão Côrtes. Aos 94 anos, Amélia Marques falou sobre o amor de seu marido pelos livros e da ideia de criar uma feira a céu aberto, uma inspiração que trouxe do Rio de Janeiro. “Say estaria muito feliz ao ver que a feira, que nasceu com cinco estandes, hoje já tem bem mais de 100. Ele dizia que a mocidade precisava dos livros”, disse Amélia, emocionada.

Pesquisa – A Câmara Rio-Grandense do Livro fechou parceria com a Equilíbrio Assessoria Econômica Solidária, empresa júnior do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ao longo dos 18 dias de evento foi realizada pesquisa para avaliar os impactos econômicos e o perfil dos visitantes do evento. Os resultados serão divulgados nos próximos dias. Porém, já é possível adiantar parte da coleta de dados. Trata-se do levantamento dos livros mais comprados. De maneira aleatória, foram abordados 600 visitantes. Em uma das perguntas, o entrevistado deveria listar até 10 livros que havia comprado durante a 56ª edição da Feira.

A Feira do Livro de Porto Alegre é realizada há 55 anos na Praça da Alfândega. Nasceu em 1955, quando um grupo de livreiros, intelectuais e jornalistas, organizou a primeira edição com o lema“Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo". Um dos mais tradicionais eventos culturais da cidade recebe anualmente mais de um milhão de pessoas, que visitam as cerca de 160 barracas e participam de uma intensa programação de sessões de autógrafos, seminários, debates, mesas-redondas e apresentações artísticas. Em 2006, a Feira do Livro de Porto Alegre recebeu o diploma de Cavaleiro da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura e, em 2010, a maior feira de livros a céu aberto das Américas foi declarada Patrimônio Imaterial da Cidade pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural da Capital.

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