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20/11/2010 - 09:29

Produção da indústria de ração cresce 3,3% até outubro de 2010

Sindirações aponta maior custo de produção por conta do aumento do preço do milho e farelo de soja.

São Paulo - A produção da indústria de alimentação animal no Brasil registrou incremento da ordem de 3,3% nos dez meses de 2010 em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a outubro de 2010, foram produzidas pouco mais de 50 milhões de toneladas de rações, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

O Sindirações prevê o fechamento do ano com produção total de 60 milhões de toneladas de ração que devem movimentar cerca de 16 bilhões de dólares, além de 2 milhões de toneladas de sal mineral com receita de 1,1 bilhões de dólares.

Produção de ração por espécie – Jan a Out/2010:

Os produtores de cereais e grãos acumularam grandes prejuízos durante o primeiro semestre. Desde então, o cenário sofreu rápida modificação e de Julho a Outubro os principais insumos – farelo de soja e milho – foram pressionados por diversos fatores e corrigidos de 15% a 30% respectivamente, mesmo diante de estoque suficiente para abastecimento do consumo local e atendimento das exportações.

“A ciclotimia persistente e imposta à curva de preço dos insumos compromete sobremaneira a dinâmica dos elos interligados na cadeia de produção. O risco é o setor de alimentação animal pressionado causar descompasso suficiente para comprometer os elos precedentes (fornecedores) ou subseqüentes (criadores), alguns precocemente, outros mais tardiamente, pela inibição do consumo de carnes pelo consumidor”, alerta Ariovaldo Zani, Vice-Presidente Executivo do Sindirações

Ou seja, a capacidade de compra do consumidor é testada constantemente no varejo e determina seu índice de fidelidade à determinado tipo de carne ou alternativamente a substituição de uma por outra.

No último quadrimestre de 2010 o setor sofreu os solavancos consequentes à escalada dos preços dos cereais e oleaginosas por causa da quebra da safra de trigo na Rússia e por problemas climáticos no Canadá e na China; a tendência de uso crescente da indústria americana de bio combustível e introdução do E 15 que adiciona 15% de etanol à gasolina; a adição de 5% de biodiesel de soja ao diesel no Brasil; o estoque global de passagem dos grãos que deve cair a 16% da demanda no fim da temporada; a relação mundial estoque/uso da soja que pode cair a 8% em relação ao ano passado; a diminuição da área plantada e possível atraso na colheita da safrinha Brasileira; a hipotética influência do La Nina sobre as futuras safras de soja no Brasil e na Argentina; o apetite voraz da China que em alguns anos tornar-se-á um grande importador de milho, e as previsões alarmistas da FAO para uma explosão demográfica e de consumo crescente até 2050.

“É importante salientar que os mercados agrícolas – milho, soja, trigo, etc. – têm sofrido com a extrema instabilidade provocada por investidores que retomaram o interesse pelas commodities por conta da farta liquidez global, pífio crescimento da economia e expansão monetária nos Estados Unidos. Ao contrário, os persistentes sinais de escalada inflacionária na China e a volta do endividamento em mercados Europeus podem frear esse ímpeto especulativo, complementa Zani.

Avicultura de corte - A avicultura de corte, setor de maior demanda no país consumiu 5% mais ração nos dez meses de 2010, ou seja, 24 milhões de toneladas. A sobrevalorização da moeda local prejudicou a quantidade de frango exportada que cresceu apenas 4% em relação ao mesmo período do ano passado. A rentabilidade do produtor, por sua vez, foi em parte comprometida pelo custo da ração que aumentou significativamente. O preço do frango sustentou-se, pois a arroba do boi acima dos R$ 100,00 não mostrou sinais de arrefecimento.

A demanda per capita de frango no Brasil deve alcançar 42 kg nesse ano, patamar provavelmente bem próximo do limite de consumo interno. A estimativa é produzir em 2010 um pouco mais de 29 milhões de toneladas de ração para avicultura de corte.

Avicultura de postura-A produção de ração para poedeiras foi de 4 milhões de toneladas no período de Janeiro a Outubro, apesar de 2010 já projetar um alojamento 30% maior que o mesmo período de 2009. A alta do milho e do farelo de soja para alimentação das poedeiras prejudicou a rentabilidade do produtor, apesar do preço do ovo em Outubro ter aumentado 24% na granja e ter registrado um ganho da ordem de 17% no atacado. A estimativa é produzir em 2010 mais de 4,8 milhões de toneladas de ração para avicultura de postura.

Bovinocultura de corte-O setor de alimentação animal para bovinos de corte apenas compensou em parte as perdas acumuladas e produziu 2,2 milhões de toneladas com crescimento de pouco mais de 2% em relação ao mesmo período apurado em 2009. De Julho a Outubro houve alguma melhora na relação de troca entre boi gordo e bezerro, porém ainda abaixo do ideal. A matança de vacas em anos anteriores, a queda na taxa de confinamento, a restrita oferta de boi gordo por conta da longa estiagem e o descompasso nas relações comerciais entre bezerreiros, produtores, confinadores, frigoríficos e varejo retroalimentaram o ciclo virtuoso de reajustes e alavancaram a arroba que superou a barreira dos R$ 100,00 no pico da entressafra. A estimativa é produzir em 2010 quase 2,5 milhões de toneladas de ração para bovinocultura de corte.

Bovinocultura de leite - A produção de ração para bovinocultura leiteira respondeu à demanda estável e registrou volume de 3,9 milhões de toneladas. Desde Outubro do ano passado o preço do leite pago ao produtor em média não mostra reação. Ao contrário, os preços recuaram mesmo diante da menor captação de leite. A longa estiagem disponibilizou pasto de baixa qualidade que exigiu maior uso de rações e concentrados inflacionados pelos custos do milho e farelo de soja que impactaram ainda mais o desempenho dos produtores leiteiros. A estimativa é produzir em 2010 algo como 4,6 milhões de toneladas de ração para bovinocultura leiteira. Suinocultura - Apesar do crescimento de 11% na receita das exportações de carne suína nos 10 meses de 2010 a atividade manteve-se estável e consumiu de janeiro a outubro cerca de 12,6 milhões de toneladas de ração, em razão da estabilidade apurada no alojamento de matrizes industriais e de subsistência. A estimativa é produzir em 2010 cerca de 15,3 milhões de toneladas de ração para suinocultura.

Cães e gatos-A produção de alimentos para cães e gatos cresceu aproximadamente 8,5% nos primeiros 10 meses de 2010, registrando 1,8 milhões de toneladas. O vigor doméstico da economia brasileira, fortemente correlacionado aos altos índices de confiança do consumidor cuja renda seguiu fortalecida, certamente contribuiu na recuperação do segmento. Apesar da grande capacidade local instalada para produção, apenas 45% da população de cães e gatos do Brasil alimenta-se do produto industrializado. A pesada carga tributária que onera os produtos supera os 50% e continua a prejudicar o acesso de milhões de compradores à linha de consumo. A estimativa é produzir um pouco mais de 2 milhões de toneladas de alimentos para cães e gatos em 2010.

Peixes e camarões - A demanda por ração para peixes alcançou mais de 284 mil toneladas e registrou crescimento de 15% de janeiro a outubro em comparação com o mesmo período de 2009. Já a carcinicultura consumiu 69 mil toneladas de rações. O consumo de organismos aquáticos alcança 7 kg/capita e a aqüicultura já representa 25% da produção de 1,2 milhões de toneladas de peixes, crustáceos, moluscos e outros organismos aquáticos. A produção brasileira pode alcançar 10 milhões de toneladas, alavancada pelo clima favorável, disponibilidade de água doce, extensão litorânea e milhões de hectares de áreas alagadas e reservatórios. O vigoroso e gradual desenvolvimento da aqüicultura compensará a diminuição da produção pesqueira que tem boa parte da sua atividade já explorada e esgotada. A estimativa é produzir em 2010 mais de 340 mil toneladas de ração para peixes e algo como 80 mil toneladas de ração para camarões.

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