Perspectivas de um Brasil maior

A cada dia, novos indicadores dão provas do momento ímpar pelo qual passa o Brasil. Para exemplificar essa realidade, podemos tomar como exemplo um dado formal, que trata da evolução econômica já registrada no país. O IBC-Br - Índice de Atividade Econômica do Banco Central de setembro mostra que a economia nacional avançou 0,69% em relação ao mês anterior, depois de quatro meses seguidos de crescimento pouco significativo. Tal indicador é considerado pelos agentes econômicos como uma prévia do PIB, divulgado trimestralmente pelo IBGE. O IBC-Br mostra que a economia avançou 8,86% no acumulado dos nove primeiros meses do ano, ou o equivalente a 8,03% nos últimos doze meses encerrados em setembro.

É, portanto, um indicativo da pujança vivida pela economia nacional após a superação das dificuldades impostas pela crise financeira internacional de 2008/2009. Mas o que é mais interessante colocar em perspectiva para análise das potencialidades da economia brasileira são alguns elementos extremamente positivos que se desenham para o futuro do nosso país.

Reportagem publicada recentemente por uma importante revista destaca que a população brasileira caminha para atingir seu amadurecimento, momento em que a maior parcela das pessoas estará situada na faixa etária em que o ser humano é mais produtivo. No pico de maturidade de uma população, as faixas de idade consideradas menos produtivas (a infância e a terceira idade) encontram-se proporcionalmente menores e, por isso, podem ser mais facilmente suportadas pelas pessoas em idade produtiva. Tal pico do fenômeno está previsto para ocorrer em 2022 aqui.

Temos, portanto, um horizonte de pouco mais de um par de décadas para aproveitar ao máximo o potencial produtivo e consumidor de uma parcela significativa da população, que hoje é formada por mais de 185 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010.

Planejar bem é a primeira de todas as atitudes a serem tomadas. Além disso, o Brasil precisará colocar em prática, com a maior celeridade possível, uma série de iniciativas que permitam valorizar, estimular e potencializar esse diferencial. É óbvio que tais questões já vêm sendo discutidas ou mesmo implementadas, mas merecem mais atenção e empenho em sua consolidação. É o exemplo dos investimentos em educação (desde a básica, até a superior), em treinamento e em capacitação profissional para preparar as pessoas à realidade de um mercado de trabalho cada vez mais exigente e seletivo.

Outro ponto essencial é garantir o estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, aliado a um eficiente sistema de integração entre a academia e o setor produtivo, para permitir a efetiva transferência do conhecimento e das inovações para a economia real.

Para de fato ser possível aproveitar o potencial produtivo da população madura brasileira, é necessário ainda garantir a inserção de grandes contingentes de pessoas no mercado de trabalho e nos ramos do empreendedorismo. Assim, gerar empregos suficientes, estimular a formalização das atividades e incentivar as pessoas a empreenderem serão movimentos essenciais para que o potencial de crescimento econômico seja efetivamente explorado.

Como não poderia deixar de ser, o Brasil precisa garantir as infraestruturas necessárias à expansão que se desenha. A população tenderá a ser mais exigente e reivindicará melhores condições de saneamento, transportes públicos, moradia e lazer. Também será necessário fazer com que tudo aquilo que for produzido nacionalmente seja distribuído com eficiência, inclusive para o exterior, havendo demanda crescente por mais e melhores rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, sistemas logísticos, etc...

Depois de períodos que foram classificados como décadas perdidas, a exemplo dos anos 1980 e 1990, o Brasil se encontra em uma fase de franca ascensão e de perspectivas amplamente positivas. A forma como serão aproveitadas as oportunidades determinará a condição de vida das próximas gerações de brasileiros. Fazer as opções certas e tomar as atitudes adequadas agora será fundamental para que o país passe a ser reconhecido internacionalmente, no breve futuro, como uma nação realmente desenvolvida.

. Por: Eduardo Pocetti, CEO da BDO no Brasil, firma-membro integrante da quinta maior rede do mundo em auditoria, tributos e advisory services.[www.bdobrazil.com.br]