Estudo mostra que o implante de ressincronizador associado ao desfibrilador reduz a mortalidade em 29%

No mundo mais de 22 milhões de pessoas sofrem com insuficiência cardíaca, problema que está intimamente ligado à hipertensão, obesidade e doença aterosclerótica. No Brasil, estima-se que 6,4 milhões de brasileiros sofram com a doença.

São Paulo – Um estudo apresentado durante o congresso anual da American Heart Association, em Chicago, e publicado no portal do New England Journal of Medicine mostra boas perspectivas para pacientes com insuficiência cardíaca de leve a moderada. De acordo com o estudo chamado RAFT (Ensaio de Ressincronização/Desfibrilação para Insuficiência Cardíaca Ambulatorial), os ressincronizadores com desfibriladores em um único aparelho (CRT-D) reduziram a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca levemente sintomática em 29%, quando comparado com pacientes tratados com desfibriladores implantáveis (CDIs) e tratamento médico. O estudo apontou também uma redução de 27% no conjunto de mortalidade e hospitalizações por insuficiência cardíaca para esta população.

O estudo foi conduzido pelo Instituto do Coração da Universidade de Ottawa e apoiado por verbas do Canadian Institutes of Health Research (CIHR) e da Medtronic do Canadá. Participaram do estudo 1.798 pacientes com insuficiência cardíaca leve a moderada. O tempo médio de acompanhamento dos pacientes foi de 40 meses, o que torna este o mais longo estudo já desenvolvido com a terapia de ressincroniação cardíaca (CRT) e com o maior número de pacientes.

“Esses resultados demonstram que o implante precoce do CRT-D, adicional as diretrizes médicas recomendadas para CDIs, salva vidas nesta população de pacientes,” afirmou o Dr. Anthony Tang, principal investigador do RAFT e Professor de Medicina da Universidade British Columbia e do Instituto do Coração da Universidade de Ottawa, no Canadá.

A terapia de ressincronização cardíaca (uso de um tipo especifico de marcapasso) reduz os sintomas de insuficiência cardíaca, assim como as internações e a mortalidade para alguns pacientes com insuficiência cardíaca moderada a grave. Os dados do estudo RAFT comprovam que os portadores de insuficiência cardíaca leve a moderada podem se beneficiar do ressincronizador junto com desfibrilador num mesmo aparelho e tratamento médico. Tanto a mortalidade isolada quanto o conjunto mortalidade e hospitalização por insuficiência cardíaca para todos os pacientes no estudo foram reduzidos em 25%.

“Mesmo pacientes sem maiores restrições devido à sua doença, o CRT-D mostrou retardar a progressão da doença, reduzindo as internações por insuficiência cardíaca”, explica Dr. Tang.

Mais de 22 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam insuficiência cardíaca. A mortalidade por doenças cardiovasculares tem diminuído ao longo das últimas três décadas; entretanto, a taxa de mortalidade por insuficiência cardíaca está em alta.

“Esta pesquisa patrocinada pela Medtronic é a primeira a mostrar valor significante de preservação da vida com o uso do CRT-D no caso de pacientes com insuficiência cardíaca levemente sintomática e se baseia no crescente corpo de evidências que clama por mudanças nas diretrizes,” afirmou Pat Mackin, presidente da unidade de negócios de Controle de Doenças de Ritmo Cardíaco e vice-presidente da Medtronic.

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